29/10/2007

Cicloturistas contra campo de tiro em Monsanto

Em defesa de um parque florestal sem tiro de chumbo, sem ruído, sem contaminação de solos e sem riscos para a integridade física dos utentes, mais de 200 cicloturistas concentraram-se hoje no Parque da Serafina, no Monsanto a convite da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores da Bicicleta.
Os cicloturistas exigiram a urgente revogação do contrato entre o campo e a autarquia lisboeta, pois entendem que “este é um espaço privilegiado de Lisboa, é o pulmão de Lisboa e tem que ser preservado. Os corpos estranhos têm que sair de Monsanto e é preciso mostrar à população e à autarquia que o campo de tiro tem que sair”, declarou um elemento do Clube de Actividades de Ar Livre, enquanto exibia uma ‘mão cheia’ de chumbos encontrados no chão.
Para o defensor do parque florestal, “o chumbo é um dos piores males de tudo isto, são milhões ao longo de anos”. “Imagine a sua influência nos lençóis freáticos. Mas há também o ruído, o desconforto, e há pessoas que (após os tiros) são atingidas com restos de pratos”, sublinhou, lembrando que a CML “tem um contrato com o clube de tiro de chumbo e é fundamental que esse contrato seja definitivamente revogado e que se procure uma solução para os atiradores (treinarem) que não passe por Monsanto”.
Os cicloturistas alertaram terem passado “nos trilhos junto ao campo de tiro” e ouvido “os disparos e os chumbos a cair tipo chuveiro” e que sempre que escolhem os ‘trilhos’ do parque aos fins de semana testemunham o que até lhes “parecia um chuveiro”.
Perante esta “chuva de chumbo” um dos cicloturistas denunciou que “já há muito tempo, mesmo no espaço Monsanto, íamos para lá com as crianças e deixámos de ir, porque caíam chumbos em cima dos pratos da comida” 1.
A Plataforma por Monsanto, que congrega várias associações, vem desde há muito, mas sem sucesso, a exigir à CML a saída do campo de tiro daquele Parque Florestal 2.

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