04/10/2007

A energia das ondas do mar

Portugal prepara-se para inaugurar o primeiro parque comercial de energia das ondas, capaz de fornecer energia ‘limpa’ a 350 mil casas. As máquinas Pelamis 1, nome latino que designa as serpentes marítimas, desenhados por uma empresa escocesa que é líder mundial neste novo tipo de energia renovável, são compostas de vários cilindros vermelhos, cada um deles do tamanho de um pequeno comboio regional, conectados entre si, e que apontam na direcção das ondas.
A nova tecnologia baseia-se na introdução da energia criada pelas ondas nos tubos, fazendo com que estes subam e desçam no leito do mar. A energia assim armazenada é depois ligada a um sistema hidráulico que a produz. As três serpentes marítimas serão em breve colocadas num ponto a cerca de cinco quilómetros da costa portuguesa, (perto da Póvoa de Varzim), a partir da qual a energia será bombeada para a rede nacional. Recorda-se que o município de Peniche havia sido o primeiro a demonstrar disponibilidade para implementar a captura desta energia limpa.
As máquinas foram desenhadas e construídas por uma empresa escocesa, mas a intervenção portuguesa foi decisiva para que o projecto adquirisse verdadeiro ímpeto. O dono da obra é uma empresa portuguesa com largo percurso no capítulo das energias renováveis. Admitindo que, inicialmente, a energia produzida pelo novo parque não seria rentável, a empresa conseguiu do Governo português a fixação de tarifas que tiram à questão da rentabilidade a sua natureza central, pelo que conta ter 30 máquinas em funcionamento já no próximo ano.
“O que estamos a montar é o primeiro parque de energia das ondas do mundo”, disse o administrador da empresa. “Isto não está isento de riscos”, acrescentou, “mas Portugal é o lugar ideal para tentar provar a exequibilidade da tecnologia”, pois “possuímos uma costa de grande extensão, em comparação com o nível populacional do País” 2.

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