24/10/2007

Viaturas menos poluentes

Embora a poluição nunca tenha sido um factor determinante na escolha de um automóvel em Portugal, a proposta de Orçamento do Estado para 2008 coloca as emissões de dióxido de carbono - o principal vilão do aquecimento global - como o principal elemento do ISV. Como o ISV representa uma gorda fatia do preço de um carro, o cidadão que optar por um modelo menos poluente em 2008 poderá poupar algumas centenas de euros.
O ISV substituiu o antigo Imposto Automóvel em Julho e inclui uma parcela correspondente à cilindrada do automóvel e outra às emissões de dióxido de carbono. Em média, a quota da poluição representa ainda hoje 30% do ISV e a partir de Janeiro vai passar para 60%. Para o presidente da Quercus, tal “poderá significar, dentro de dez anos, um outro parque automóvel, que emita menos dióxido de carbono”.
Também o Imposto Único de Circulação - o ‘selo do carro’ que é de aquisição anual - penalizará os carros mais poluidores, mas também de imediato o bolso dos cidadãos. O ISV representa cerca de 3% dos impostos cobrados em Portugal. Em 2008, o Governo espera arrecadar em torno de 1120 milhões de euros 1.
Por tudo isto, não menos importante seria uma aposta urgente e séria em medidas concretas de melhoria da qualidade de oferta dos transportes públicos e de interfaces entre eles, como medida de redução da circulação automóvel e dos níveis de poluição. Pelo que, o melhor é cada um fazer as suas contas.

1. Ver Público 2007-10-21

2 comentários:

Anónimo disse...

A medida (já anunciada há muito) é de louvar. Agora, melhorar os transpores públicos não é de igual importância. É de primeiríssima importância ;)

Os carros menos poluentes não servem para nada quando falamos de filas de trânsito, ruído, acidente, desumanização das cidades, despesas do sistema viário, etc...

Sobreda disse...

Totalmente de acordo Miguel.
Só que mais carros em circulação permite a recolha de mais impostos para o OE. Aí é que está o busilis das medidas governativas.
Quanto aos cidadãos, esses 'coitados' que continuem a sofrer os impactos negativos, sem políticas de mobilidade alternativas e mais baratas para os seus bolsos.
E os longos engarrafamentos matinais que passaram a enxamear os acessos ao Eixo Norte-Sul, desde a Ameixoeira, Lumiar e Telheiras?
Um exemplo concreto de 'desapostas' nos transportes públicos: por que 'carga de água' o Metro de Lisboa tem estado a retirar durante o dia e a horas de ponta (por ex. de manhã) uma composição da linha verde? Será porque vem aí o Inverno e os utentes preferem circular como sardinha em lata?
Huuuuummmm...