A
presente delegação de competências tem em vista a requalificação de dois equipamentos
em Telheiras: a estruturante Biblioteca Orlando Ribeiro e o já descentralizado Auditório
da mesma Biblioteca.
A
Proposta nº 425/2015 contém, em anexo, a minuta de contrato a estabelecer entre
as partes e um estudo elaborado pelos serviços municipais que, para além de
identificar as prioridades de conservação, faz uma estimativa dos custos
inerentes às obras de reparação.
Nesse
estudo, a requalificação deverá abranger a reparação da zona da porta de
entrada e do passadiço sobre esta porta, bem como a reparação das instalações
eléctricas e dos AVACs da Biblioteca e do Auditório, ou seja, dos sistemas de aquecimento,
ventilação e ar condicionado. O estudo faz também um cálculo dos custos
previsíveis para estas obras, num total estimado de 75.730 €.
Depois,
a proposta inclui também, em anexo, uma resposta da Mota Engil SGPS, a um pedido
que lhe foi dirigido pela vereação da Cultura, na qual a empresa manifestou a
intenção de contribuir para a efectivação dos trabalhos necessários à requalificação,
com o montante de 50.000 €. No entanto, e de acordo com o ofício da empresa, a
CML apenas lhe terá apresentado projecto “para a reabilitação da Biblioteca
Municipal Orlando Ribeiro” e não do Auditório.
Também
a cláusula 5ª da minuta do contrato especifica, no seu nº 1, que “os recursos
financeiros necessários ao exercício das competências delegadas de acordo com
presente contrato são fixadas no montante de 75.730 €”, acrescentando, no seu
nº 2, que, “sem prejuízo do referido no nº 1, a contribuição por parte da
Mota Engil SGPS, para a efetivação dos trabalhos necessários à requalificação
dos equipamentos, correspondente a 50 mil €, será diretamente recebido pela
Segunda Outorgante”, ou seja, pela Junta. Donde, constata-se haver um apoio
financeiro da empresa destinado também às obras, o que faz ascender o montante
a utilizar nas reparações a 125.730 €.
Srª
vereadora, eis um primeiro conjunto de questões que “Os Verdes” colocam: se as reparações
identificadas e protocoladas entre a CML e a Junta “são fixadas no montante de
75.730 €”, a que trabalhos suplementares se destina este adicional
co-financiamento de 50 mil €? Vai a empresa transferir a verba directamente
para a Junta? E, de acordo com a carta da empresa, destina-se apenas à
Biblioteca e não ao Auditório, que está sob a gestão da Junta? Haverá alguma
contrapartida para a Mota Engil? Futura publicidade ou mero mecenato?
E,
finalmente, a questão da abrangência das obras. Não há dúvida que o cerne das
reparações será o das instalações eléctricas. Mas estranha-se que não tenham
sido incluídos os por vezes avariados elevadores, os telhados e as periódicas
infiltrações de água, designadamente, no Auditório. Também não foram
considerados os espaços de uso pelos actores, os acessos à cave, os camarins e os
sanitários, situações detectadas pelos deputados da 7ª Comissão, aquando uma
recente visita às instalações do Auditório, no passado dia 12 de Fevereiro de
2015.
Srª
vereadora, concordando com a necessidade das obras agora projectadas, “Os Verdes” não deixam de colocar um segundo
grupo final de questões: porque não foi considerada a imperiosa reparação
destas diversas e reconhecidas deficiências? Ficarão para apenas serem
corrigidas algures num próximo mandato?
J. L. Sobreda Antunes
Grupo
Municipal de “Os
Verdes”
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