A torre de 28 andares, em projecto no gabinete do arquitecto britânico Sir Norman Foster, recebeu luz verde do IPPAR. Falta agora saber o que fará com esta aprovação a CML. O Plano de Pormenor em modalidade simplificada, para a recuperação de uma extensa área na zona do Aterro da Boavista, na freguesia de S. Paulo, no qual está incluída a ‘torre de Foster’, foi submetido pela CML à apreciação do conselho consultivo do IPPAR, que se pronunciou ‘favoravelmente’ numa recente reunião daquele órgão, a 12 de Fevereiro.
Trata-se de quase todo um quarteirão, localizado entre os Largos de Santos e de D. Luís, com cerca de 6.000 m2 destinados a uso público e 2.000 m2 de área a edificar, incluindo a referida torre de 28 andares. As construções previstas no plano encerram no interior um amplo quadrado com área de uso público. A norte, a Rua D. Luís I apresentará a configuração de ‘boulevard’ arborizado, aberto ao trânsito mas privilegiando o tráfego pedonal e o comércio. Aliás, a ocupação dos tempos livres de idosos e jovens e a revitalização do comércio tradicional são também preocupações do projecto.
O sim do IPPAR é, todavia, condicionado.
Trata-se de quase todo um quarteirão, localizado entre os Largos de Santos e de D. Luís, com cerca de 6.000 m2 destinados a uso público e 2.000 m2 de área a edificar, incluindo a referida torre de 28 andares. As construções previstas no plano encerram no interior um amplo quadrado com área de uso público. A norte, a Rua D. Luís I apresentará a configuração de ‘boulevard’ arborizado, aberto ao trânsito mas privilegiando o tráfego pedonal e o comércio. Aliás, a ocupação dos tempos livres de idosos e jovens e a revitalização do comércio tradicional são também preocupações do projecto.
O sim do IPPAR é, todavia, condicionado.
Os conselheiros, entre os quais se destacam conhecidos arquitectos e engenheiros, lembram que esta versão de plano apresentada em Outubro de 2006, em contraponto com a anterior analisada em 1997, "incide sobre uma área definida entre Santos até à Rua do Instituto Industrial" e tem "substanciais diferenças, quanto à dimensão da área de intervenção e quanto ao desenho urbano". A que mais se destaca corresponde à substituição de "um espaço privado de eventual uso público confinante com a Rua do Instituto Industrial por uma edificação com 28 pisos destinada a uso habitacional". A famosa ‘torre de Norman Foster’. Para os membros do conselho consultivo, conviria "justificar a sua implantação em todos os aspectos, e particularmente no contexto da morfologia de Lisboa", dizem. Isto, sublinham ainda os conselheiros, "sem prejudicar a concordância que já se manifestou quanto ao plano e à solução apresentada, do impacte desta edificação em altura, que se verificará em zonas da cidade onde existem imóveis classificados, com especial realce para a zona do Palácio de S. Bento/Assembleia da República".
Por outras palavras, e no âmbito restrito das suas competências, o IPPAR aprova, mas lembra à CML, entidade promotora do plano, que precisa de dar respostas a questões que o plano levanta, como por exemplo o seu relacionamento com um outro imóvel já existente na área de intervenção (o edifício do IADE, de Tomás Taveira). Ou ainda o facto de se inserir numa área de reconversão urbanística mista onde a cércea de referência é de 25 metros. Ou ainda, numa zona de risco sísmico, sujeita a condicionantes1.
Ou seja, este plano vai contra o que está estabelecido no Plano Director Municipal actualmente em vigor.
Mas também há quem contemporize. Para Manuel Graça Dias, arquitecto e autor do projecto da chamada Manhattan para Cacilhas, a aprovação de edifícios em altura deve ser criteriosamente analisada. "Isto não deve significar um abrir de portas a todo o pato-bravo que, por capricho, quer construir uma torre na cidade. Cada caso deve ser analisado e a sua aprovação deve ser muito bem fundamentada. Deverá tratar-se sempre de objectos arquitectónicos com qualidade e que tragam uma mais-valia para a cidade” 2.
Conforme afirma Paulo Ferrero, do Movimento Fórum Cidadania Lisboa, embora seja “fã da obra de Foster, também sou fã de Lisboa e do seu sistema de vistas. Sobretudo de e para o rio. Como conciliar um excelente e arrojado projecto com isso? Talvez pedindo a Foster que saiba mais de Lisboa e que, em último caso, redesenhe o projecto...” 3.
O projecto da torre pode ser reversível (erro_t), mas é melhor não fiar, pois, mesmo em Santos, ‘os da casa não fazem milagres...’
Por outras palavras, e no âmbito restrito das suas competências, o IPPAR aprova, mas lembra à CML, entidade promotora do plano, que precisa de dar respostas a questões que o plano levanta, como por exemplo o seu relacionamento com um outro imóvel já existente na área de intervenção (o edifício do IADE, de Tomás Taveira). Ou ainda o facto de se inserir numa área de reconversão urbanística mista onde a cércea de referência é de 25 metros. Ou ainda, numa zona de risco sísmico, sujeita a condicionantes1.
Ou seja, este plano vai contra o que está estabelecido no Plano Director Municipal actualmente em vigor.
Mas também há quem contemporize. Para Manuel Graça Dias, arquitecto e autor do projecto da chamada Manhattan para Cacilhas, a aprovação de edifícios em altura deve ser criteriosamente analisada. "Isto não deve significar um abrir de portas a todo o pato-bravo que, por capricho, quer construir uma torre na cidade. Cada caso deve ser analisado e a sua aprovação deve ser muito bem fundamentada. Deverá tratar-se sempre de objectos arquitectónicos com qualidade e que tragam uma mais-valia para a cidade” 2.
Conforme afirma Paulo Ferrero, do Movimento Fórum Cidadania Lisboa, embora seja “fã da obra de Foster, também sou fã de Lisboa e do seu sistema de vistas. Sobretudo de e para o rio. Como conciliar um excelente e arrojado projecto com isso? Talvez pedindo a Foster que saiba mais de Lisboa e que, em último caso, redesenhe o projecto...” 3.
O projecto da torre pode ser reversível (erro_t), mas é melhor não fiar, pois, mesmo em Santos, ‘os da casa não fazem milagres...’
1. Ver “Ippar dá luz verde a torre de Norman Foster em Santos” por Luísa Botinas no URL http://dn.sapo.pt/2007/03/02/cidades/ippar_luz_verde_a_torre_norman_foste.html
3. Ver o URL http://cidadanialx.blogspot.com/2007/03/ippar-d-luz-verde-torre-de-norman.html
4. Ver “Torre de Norman Foster em Lisboa vai ser alvo de consulta pública”, por Luísa Botinas, no URL http://dn.sapo.pt/2007/03/03/cidades/torre_norman_foster_lisboa_ser_alvo_.html
3. Ver o URL http://cidadanialx.blogspot.com/2007/03/ippar-d-luz-verde-torre-de-norman.html
4. Ver “Torre de Norman Foster em Lisboa vai ser alvo de consulta pública”, por Luísa Botinas, no URL http://dn.sapo.pt/2007/03/03/cidades/torre_norman_foster_lisboa_ser_alvo_.html
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