“Há figuinhos de capa rota. Quem quer figos, quem quer almoçar?”, pregava ontem um dos actores. A seu lado duas varinas diziam da boa qualidade do peixe (de plástico) que levavam na canastra. “Há carapau e sardinha liiiiinda... está viva da costa!”. E discutiam, claro, que também é um cliché da imagem da varina.
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O aguadeiro, a varina, o homem da fava rica, vendedores de fruta, cada um deles com os seus recipientes ou canastras e pregões ‘renasceram’ ontem durante um pouco mais de duas horas, numa iniciativa do Museu da Água que levou ao Rossio e à Rua Augusta alguns dos pregões que em tempos animavam o comércio de rua na cidade. Eram actores, evidentemente, tal como a sardinha de plástico.
“Olhai, senhores, esta Lisboa d’outras eras (…)
Dos populares pregões matinais, que já não voltam mais…”
A acção desenrolou-se no âmbito das Jornadas Europeias do Património, iniciativa anual do Conselho da Europa e da União Europeia, que decorreu nos passados dias 24 e 25 de Setembro. Estas festas devem-se ao facto de na próxima 4ª fª a instituição completar 20 anos.
Para hoje está programada uma visita ao Museu Militar, onde estão guardados os moldes da estátua do Marquês de Pombal, responsável pela reconstrução de Lisboa depois do terramoto de 1755. E amanhã, nas instalações do Aqueduto das Águas Livres, em Campolide, será lançado um livro com as receitas da célebre Serafina, que foi longos anos a cozinheira dos operários que ergueram aquele que é um dos mais emblemáticos monumentos da cidade 2.
1. Ver http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt/12279.html
2. Ver http://jn.sapo.pt/2007/09/29/pais/pregoes_voltaram_a_baixa_pombalina.html
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