15/03/2009

Fórum Mundial da Água

Entre 16 e 22 de Março de 2009 irá decorrer em Istambul o 5º World Water Fórum 1, Fórum Mundial da Água, sob o tema ‘Bridging Divides for Water’, uma iniciativa do Conselho Mundial da Água que se realiza, desde 1997, de três em três anos 2, e onde são esperados cerca de 200 ministros de todo o mundo e representantes de mais de 300 organizações para debater e propor soluções sustentáveis para o consumo da água.
Portugal vai tentar chamar a atenção para a questão da seca e escassez de água, um problema até há pouco tempo considerado exclusivo dos países do sul da Europa. Previsões recentes apontam para que a escassez de água afecte 17% do território europeu e pelo menos 11% da população da União Europeia.
Depois de três anos de preparação do evento marcados por “centenas de encontros, milhares de telefonemas e milhões de e-mails”, cerca de 20 mil pessoas deverão participar neste 5º Fórum Mundial da Água, na Turquia, preocupados com o uso irresponsável da água e interessados em alternativas para um consumo consciente e sustentável, onde especialistas de todo o mundo vão discutir e propor soluções durante as cerca de 115 sessões agendadas.
O encontro pretende ser um ponto de viragem para a gestão dos recursos hídricos no Planeta, alertando a comunidade internacional para a questão. No final da semana, cerca de 200 ministros de todo o mundo deverão adoptar o ‘Istambul Water Guide’ 3.
No entanto, um responsável do Banco Europeu de Investimento veio defender que o preço de um bem indispensável à vida humana - como a água - vai ter de subir porque está muito abaixo do valor real (?), com o argumento que o custo que os consumidores e contribuintes pagam pela água que utilizam está “muito abaixo do seu valor real”.
Mas logo se entende que aquela preocupação não se dirige, afinal, para uma melhor distribuição daquele bem, mas sim para uma visão economicista das receitas para gerir os custos e os empréstimos que financiam os investimentos na área, com o argumento de que quem empresta precisa de ter garantias e “de que há um cashflow que vem dos utilizadores”.
Este raciocínio tenta impor as ideias de que “o utilizador tem capacidade para pagar mais” e de que “a conta da água no orçamento familiar não é importante, se comparada com as outras”, acabando por defender a necessidade de uma “implementação progressiva de uma política real de preços”.
O especialista lamenta que o problema do tarifário continue a ser “extremamente politizado” e que o poder político tenha “grande relutância em fazer aumentar os preços”, porque isto significa adiar para as gerações futuras um investimento necessário.
Portugal estará “numa situação intermédia”, porque começou a investir em redes muito recentemente. “As redes que apresentam mais problemas são as antigas, de Lisboa e do Porto”. Na capital, o BEI está a financiar um projecto de reabilitação de redes” 4.

1. Ver
www.worldwaterforum5.org
2. Ver www.adp.pt/content/index.php?action=detailfo&rec=2354&t=World-Water-Forum---Forum-Mundial-da-Agua-16-a-22-de-Marco-de-2009--Istambul
3. Ver http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1170396
4. Ver http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1170387

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