05/03/2009

Mobilidade em Lisboa tem que ser totalmente repensada

O vereador do Urbanismo da CML defendeu ontem a necessidade de se repensar totalmente o modelo de mobilidade na cidade por o existente ser “completamente irracional” e pôr em risco a sustentabilidade da cidade.
Perante os deputados do grupo de trabalho do sector automóvel e transportes da Comissão Parlamentar de Assuntos Económicos, Inovação e Desenvolvimento Regional adiantou também que “a sustentabilidade da cidade não permite o crescimento do uso de transporte individual a que se tem assistido nos últimos anos” e a autarquia é a “principal interessada em reduzir” a entrada e circulação de carros na cidade por ser uma forma de “não pôr em causa a sustentabilidade” da cidade
Depois de fornecer dados sobre o Plano de Mobilidade encomendado pela CML em 2003/2004, acrescentando que este está a ser actualizado, o vereador transmitiu aos deputados “uma série de reflexões” que a autarquia está a fazer sobre esta questão e que “pela primeira vez estão a ser articuladas com o ordenamento do território”, pelo que “não se pode pensar a mobilidade sem a articular com o ordenamento do território”, acrescentando ainda que a cidade só é sustentável se forem adoptadas medidas “globais” alternativas ao uso de transporte privado.
Nem mesmo os veículos eléctricos ou híbridos (por si só) resolvem o problema, referiu, argumentando que, embora contribuam para a diminuição dos níveis de poluição, não resolvem o problema de estacionamento.
Há que “adoptar políticas de gestão de tráfego e ordenamento do território, definir uma hierarquia de gestão da rede de transportes públicos que articule a cidade”, não pensar Lisboa nos limites do município, mas em articulação com os concelhos limítrofes, apoiar sistemas leves de transporte, como bicicletas, fomentar as deslocações a pé e pensar numa rede de eléctricos articulada com a rede de metropolitano são algumas das medidas por que passa a resolução da mobilidade em Lisboa.
Medidas complementares devem incluir corredores ‘bus’, articulação do sistema de portagens com o fomento do uso do transporte público, tentar que empregos e as universidades se localizem junto ou próximo de interfaces de transportes pesados, como caminhos de ferro, metropolitano e autocarro são, de acordo com o vereador, outras das soluções que estão a ser pensadas pela autarquia.
A audição insere-se num conjunto de audições que o grupo de trabalho sobre o sector automóvel e transportes tem vindo a fazer com empresas de transportes de passageiros, associações do sector automóvel e sua ligação ao sector da energia e transportes em geral, com vista à elaboração de um relatório que possa recomendar ao Governo algumas medidas sobre o sector, disse o coordenador do grupo de trabalho.
Questionado sobre o prazo para entrega do relatório do grupo de trabalho, o deputado disse que termina a 15 de Março, contando tê-lo “concluído até final de Março”.

Ver Lusa doc. nº 03/03/2009 - 17:27

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