O potencial que existe no País para produzir energia eléctrica, a partir da luz solar, é uma das vias para reduzir a enorme dependência energética de Portugal em relação ao exterior. Mas Portugal tem condições para utilizar este recurso para outras finalidades.O responsável pelo projecto Frio Solar, um estudante do Instituto Politécnico de Setúbal na Escola Superior de Tecnologia de Setúbal (ESTSetúbal/IPS), defende a melhoraria da eficiência energética de edifícios existentes, mediante a utilização de tecnologias de arrefecimento com recurso à energia solar.
O projecto, que lhe valeu uma menção honrosa no Concurso ‘Ideias Luminosas 08’, consistiu num estudo de viabilidade sobre a comercialização da tecnologia de aborção a funcionar com painéis de energia solar térmica.
O estudante explica que a tecnologia de absorção consiste num equipamento que através de uma reacção química que absorve calor e dois fluídos não poluentes - o absorsor (brometo de lítio ou amoníaco) e o refrigerante (água) - consegue converter água quente (neste caso vinda dos painéis solares) em água a 4º C para climatizar um edifício.
Deste modo, “o único consumo eléctrico deste equipamento é feito pelas bombas circuladoras e corresponde a um valor de 5 a 10 por cento do consumo eléctrico de uma solução convencional (ciclo frigorífico ou compressão de vapor) com a mesma potência de arrefecimento”.
Só nas cidades de Lisboa e Porto a área ocupada por edifícios de escritórios ultrapassa os 5 milhões de metros quadrados de escritórios. Ora o crescente aumento da sua área ocupada, assim como das suas necessidades de arrefecimento para garantir o conforto dos seus ocupantes, nos últimos 10 anos tem tido um acréscimo de 12% ao ano no consumo eléctrico de Portugal. Com efeito, a comercialização da tecnologia de absorção tem grande potencial. Estes equipamentos são uma alternativa aos chillers de compressão de vapor, actualmente utilizados para climatizar edifícios.
O objectivo é que no primeiro ano sejam vendidos 15 equipamentos, no entanto, admite que o preço dos mesmos pode desencorajar possíveis interessados. “Estes equipamentos já atingiram a sua maturidade no estado da técnica, porém, têm custos elevados, cujos períodos de retorno rondam os 20 anos”. O custo medio por kW é de 1788 euros.
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