02/05/2009

Luz solar para poupar no arrefecimento

O potencial que existe no País para produzir energia eléctrica, a partir da luz solar, é uma das vias para reduzir a enorme dependência energética de Portugal em relação ao exterior. Mas Portugal tem condições para utilizar este recurso para outras finalidades.
O responsável pelo projecto Frio Solar, um estudante do Instituto Politécnico de Setúbal na Escola Superior de Tecnologia de Setúbal (ESTSetúbal/IPS), defende a melhoraria da eficiência energética de edifícios existentes, mediante a utilização de tecnologias de arrefecimento com recurso à energia solar.
O projecto, que lhe valeu uma menção honrosa no Concurso ‘Ideias Luminosas 08’, consistiu num estudo de viabilidade sobre a comercialização da tecnologia de aborção a funcionar com painéis de energia solar térmica.
O estudante explica que a tecnologia de absorção consiste num equipamento que através de uma reacção química que absorve calor e dois fluídos não poluentes - o absorsor (brometo de lítio ou amoníaco) e o refrigerante (água) - consegue converter água quente (neste caso vinda dos painéis solares) em água a 4º C para climatizar um edifício.
Deste modo, “o único consumo eléctrico deste equipamento é feito pelas bombas circuladoras e corresponde a um valor de 5 a 10 por cento do consumo eléctrico de uma solução convencional (ciclo frigorífico ou compressão de vapor) com a mesma potência de arrefecimento”.
Só nas cidades de Lisboa e Porto a área ocupada por edifícios de escritórios ultrapassa os 5 milhões de metros quadrados de escritórios. Ora o crescente aumento da sua área ocupada, assim como das suas necessidades de arrefecimento para garantir o conforto dos seus ocupantes, nos últimos 10 anos tem tido um acréscimo de 12% ao ano no consumo eléctrico de Portugal. Com efeito, a comercialização da tecnologia de absorção tem grande potencial. Estes equipamentos são uma alternativa aos chillers de compressão de vapor, actualmente utilizados para climatizar edifícios.
O objectivo é que no primeiro ano sejam vendidos 15 equipamentos, no entanto, admite que o preço dos mesmos pode desencorajar possíveis interessados. “Estes equipamentos já atingiram a sua maturidade no estado da técnica, porém, têm custos elevados, cujos períodos de retorno rondam os 20 anos”. O custo medio por kW é de 1788 euros.

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