09/05/2009

Pedreira substituída por plantas variadas no Parques Eduardo VII

No local onde hoje se ergue a luxuriante Estufa Fria estava, no final do séc. XIX, nem mais nem menos que uma pedreira de basalto. É o que conta de um folheto da Câmara de Lisboa que conta a história deste espaço verde, explicando também que, devido a uma nascente que comprometia a extracção, ela acabou por ser desactivada.
“A cova da pedreira foi então aproveitada por um modesto jardineiro para albergar espécies vegetais oriundas do mundo inteiro, que iriam servir no plano de arborização da Avenida da Liberdade”, refere o mesmo documento. A I Guerra Mundial atrasou este plano e os espécimes vegetais foram criando raízes na antiga pedreira. Em 1926, o arquitecto e pintor Raul Carapinha apercebe-se do potencial do espaço verde e idealiza o projecto da estufa, que acaba por ser inaugurada sete anos mais tarde.
Nos anos 40, todo o Parque Eduardo VII sofre alterações, e a Estufa não é excepção. Surge o lago à entrada e uma enorme sala, a chamada nave, onde ainda hoje se realizam vários tipos de eventos.
Destinadas às plantas tropicais e equatoriais, as estufas quente e doce surgem já em 1975. Quanto à estufa fria propriamente dita, a sua designação provém do facto de não utilizar qualquer sistema de aquecimento. As ripas de madeira que a cobrem protegem as plantas das temperaturas excessivamente frias ou quentes.
Do património artístico da Estufa fazem parte estátuas de Soares Branco, Leopoldo de Almeida e Anjos Teixeira (filho). Quanto ao pórtico da entrada, trata-se de um projecto de Keil do Amaral. Por agora, o feto-arbóreo-da-tasmânia (Dicksonia antarctica), os cactos de nomes e formas bizarros (cadeira-de-sogra) e todos os outros espécimes vão estar afastados dos olhares do mundo.
E os namorados vão ter de procurar outro sítio recatado para darem azo às suas paixões.

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