09/09/2007

Vermicompostagem

Se pensa que as minhocas servem para pouco mais do que isco para a pesca desengane-se. Estes pequenos bichos, nojentos, dirão alguns, estão na iminência de assumir um papel fundamental no tratamento do lixo doméstico. Portugal vai mesmo ser pioneiro no uso destes animais para processar os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), no sentido de obter um aproveitamento quase total de todo o lixo.
A notícia não é nova neste blogue, onde já nos referimos ao processo da minhoca vermelha da Califórnia 1.
O conceito é simples: as minhocas têm um apetite voraz por tudo o que é orgânico; logo, vamos dar-lhes todo o lixo que produzimos para que limpem, literalmente, embalagens de plástico, vidros, cerâmicas e outros objectos, permitindo a sua reciclagem e evitando a sua colocação em aterros.
Uma empresa portuguesa sob o lema de ‘Nada se Perde, Tudo se Transforma’ pretende aplicar, pela primeira vez no Mundo, um sistema de tratamento de RSU, desde a recolha do lixo até à sua reciclagem, recorrendo ao trabalho das minhocas. “Elas basicamente estão no paraíso, pois têm condições de excelência para viver e reproduzir”, afirmou o gerente desta empresa, afirmando que a meta de todo este trabalho é “obter zero resíduos no final do processo”.
“Como as minhocas devoram toda a matéria orgânica existente no lixo comum das nossas casas, transformando-a em húmus, elas limpam os objectos que não conseguem comer, como o plástico ou o vidro, que podem ser separados e utilizados na reciclagem”, explicou.
A inexistência de cheiros é uma das grandes vantagens do sistema. Durante a segunda etapa deste processo, o cheiro característico do lixo é eliminado de forma natural. “Cerca de 80 por cento do odor desaparece no processo de compostagem. Depois, as minhocas tratam do resto”, sublinhou, destacando também que a matéria produzida pelas minhocas, o húmus, e o próprio líquido que escorre durante a terceira fase é aproveitável na agricultura ou na jardinagem. “Todo o composto resultante da transformação dos resíduos orgânicos em húmus é utilizável na agricultura como adubo, tal como as águas, que funcionam como um corrector natural de solos” 2.

As cinco fases do tratamento:
1- Recepção do lixo, tal e qual como ele sai das nossas casas. É depois depositado em pilhas com cerca de um metro de altura;
2- Nestas pilhas começa a fase de compostagem, na qual o odor desaparece naturalmente e se eliminam bactérias;
3- Após cerca de três semanas, as minhocas são introduzidas, para transformarem o composto em húmus;
4- Nesta fase, apenas existe húmus e material que pode ser separado e reciclado sem conter resíduos orgânicos.
5- Separação do material orgânico dos objectos existentes no lixo. Limpos, podem ser utilizados na reciclagem.

2 comentários:

Anónimo disse...

Eu faço compostagem na varanda do apartamento há meses.. Sem cheiros, e em pouco tempo os restos estão decompostos e prontos para serem usados para encher vasos.

Dada a minha experiência queria deixar uma rectificação. Eu também julgava quer seria necessário usar uns vermes especiais para a compostagem... mas basta pensar um pouco para ver que isto não faz sentido. Há centenas de milhões de anos que há compostagem na natureza, e que eu saiba não havida improtação de vermes californianos.

O que fiz em casa foi pura e simplesmente pegar num pedaço de terra apanhado no campo. Tem todos os bicharocos necessários,

Anónimo disse...

à muita leitura deste sistema, mas na realidade ainda não se viu nenhuma a funcionar( se estou errado digam-me) mas a verdade é que é uma boa maneira de tratar resíduos, porque o sistema de compostagem funciona realmente, e é um boa maneira de tratar resíduos.