Uma técnica inovadora em Portugal para tratar lixo doméstico, que se aproveita da fome das minhocas e é ecológica, arranca em Setembro em Beja pela mão de uma empresa com o lema «nada se perde tudo se transforma».
1. Ver http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=33299
Num centro de experimentação de vermicompostagem em Palmela, milhares de minhocas vermelhas da Califórnia comem resíduos sólidos urbanos, misturados com lamas das estações de tratamentos de esgotos (ETAR) ou esterco de animais, transformando-os em fertilizante para a agricultura. «As minhocas comem todo o lixo, incluindo papel ou restos de comida, e ainda limpam os bocados de vidro e plástico que são depois enviados para a reciclagem. Uma das vantagens deste tipo de tratamento é que tudo é aproveitado».
O processo tem várias fases: primeiro o lixo é preparado - através de compostagem (decomposição por micro-organismos), mantendo níveis de luz, oxigénio, temperatura e humidade - para entrar num processo natural de decomposição, que elimina também bactérias e vírus. Depois as minhocas são colocadas numa primeira camada de resíduos, para digerir esse composto e criar o fertilizante através das suas fezes. Por cima desta camada é colocada outra porção de resíduos.
«As minhocas detestam a luz e só quando não têm comida é que se deslocam mais para a superfície. Por isso é que vamos pondo o composto de forma faseada, até atingirmos sete ou oito camadas. Cada uma destas fases demora cerca de cinco semanas a ser concluída». Para cada metro quadrado são usadas cerca de cinco mil minhocas, mas, no final do processo, existe o dobro dos animais, uma vez que cada minhoca vive em média 16 anos e reproduz-se a cada dez dias.
Uma das características salientadas pelos promotores desta técnica é a eliminação dos odores, o que é conseguido nomeadamente misturando palha nos resíduos. «A nossa primeira preocupação é eliminar os odores, até porque assim a minhoca ingere melhor o alimento».
Em termos de custos e morosidade, salientam-se vantagens comparativamente a outros processos: «Como acreditamos que o lixo deve ser tratado junto ao local onde é produzido, reduzimos logo à partida os custos de transportes. Em comparação com a digestão anaeróbia [mineralização da matéria orgânica, na ausência de oxigénio], o investimento é cerca de um oitavo». Em comparação, uma central de vermicompostagem para 35 mil toneladas de lixo tem um custo de investimento de dois milhões de euros, enquanto no caso da digestão anaeróbia é de 15 a 20 milhões. Além disso, no tratamento anaeróbio qualquer factor estranho pode fazer parar todo o processo. Relativamente à compostagem, a vantagem da vermicompostagem é que o produto final pode ser usado na agricultura, incluindo na biológica, por ser um processo que não usa químicos.
Em Portugal existem já unidades de pequena dimensão que tratam resíduos das pecuárias recorrendo a minhocas (vermicompostagem), mas a de Beja vai ser a primeira com dimensões industriais e a tratar todos aqueles resíduos. «Para já vamos começar a tratar cinco mil toneladas de resíduos por ano, mas dentro de três ou quatro anos prevemos atingir as 35 mil toneladas».
Rui Berkemeier, ambientalista da associação Quercus, afirmou que o alargamento da unidade para as 35 mil toneladas vai torná-la uma das maiores unidades do país em termos de tratamento daquele tipo de resíduos. Para cada metro quadrado de resíduos, a unidade de Beja vai utilizar cinco a seis mil minhocas vermelhas californianas. O sistema de vermicompostagem «é muito mecanizado», razão porque esta unidade de Beja vai operar apenas com cinco ou seis funcionários. Os responsáveis do projecto acreditam poder alargar este sistema a outros concelhos do país, até por ser um tipo de tratamento já muito aplicado em países como os Estados Unidos, Índia, Japão e Austrália.
A construção desta unidade de dimensões industriais vai permitir à empresa participar em concursos públicos para o tratamento de resíduos urbanos, lamas de ETAR ou outros, alargando assim a sua actividade a outros concelhos do país. «O sistema é totalmente ecológico, não resultando qualquer tipo de poluição do ar ou da água, pelo que a Quercus tem apoiado este projecto desde o seu início», adiantou Rui Berkemeier.
Outra vantagem importante, segundo este responsável, é o baixo custo de tratamento de resíduos que se consegue com este sistema. «Com custos de investimento inferiores a um quinto dos das unidades convencionais, e praticamente sem custos de energia e de tratamento das águas residuais, este sistema é muito competitivo e vai certamente dar um contributo importante para Portugal poder tratar todos os seus resíduos orgânicos» 1.
Palavras para quê? Trata-se de uma ‘minhoquice’…
O processo tem várias fases: primeiro o lixo é preparado - através de compostagem (decomposição por micro-organismos), mantendo níveis de luz, oxigénio, temperatura e humidade - para entrar num processo natural de decomposição, que elimina também bactérias e vírus. Depois as minhocas são colocadas numa primeira camada de resíduos, para digerir esse composto e criar o fertilizante através das suas fezes. Por cima desta camada é colocada outra porção de resíduos.
«As minhocas detestam a luz e só quando não têm comida é que se deslocam mais para a superfície. Por isso é que vamos pondo o composto de forma faseada, até atingirmos sete ou oito camadas. Cada uma destas fases demora cerca de cinco semanas a ser concluída». Para cada metro quadrado são usadas cerca de cinco mil minhocas, mas, no final do processo, existe o dobro dos animais, uma vez que cada minhoca vive em média 16 anos e reproduz-se a cada dez dias.
Uma das características salientadas pelos promotores desta técnica é a eliminação dos odores, o que é conseguido nomeadamente misturando palha nos resíduos. «A nossa primeira preocupação é eliminar os odores, até porque assim a minhoca ingere melhor o alimento».
Em termos de custos e morosidade, salientam-se vantagens comparativamente a outros processos: «Como acreditamos que o lixo deve ser tratado junto ao local onde é produzido, reduzimos logo à partida os custos de transportes. Em comparação com a digestão anaeróbia [mineralização da matéria orgânica, na ausência de oxigénio], o investimento é cerca de um oitavo». Em comparação, uma central de vermicompostagem para 35 mil toneladas de lixo tem um custo de investimento de dois milhões de euros, enquanto no caso da digestão anaeróbia é de 15 a 20 milhões. Além disso, no tratamento anaeróbio qualquer factor estranho pode fazer parar todo o processo. Relativamente à compostagem, a vantagem da vermicompostagem é que o produto final pode ser usado na agricultura, incluindo na biológica, por ser um processo que não usa químicos.
Em Portugal existem já unidades de pequena dimensão que tratam resíduos das pecuárias recorrendo a minhocas (vermicompostagem), mas a de Beja vai ser a primeira com dimensões industriais e a tratar todos aqueles resíduos. «Para já vamos começar a tratar cinco mil toneladas de resíduos por ano, mas dentro de três ou quatro anos prevemos atingir as 35 mil toneladas».
Rui Berkemeier, ambientalista da associação Quercus, afirmou que o alargamento da unidade para as 35 mil toneladas vai torná-la uma das maiores unidades do país em termos de tratamento daquele tipo de resíduos. Para cada metro quadrado de resíduos, a unidade de Beja vai utilizar cinco a seis mil minhocas vermelhas californianas. O sistema de vermicompostagem «é muito mecanizado», razão porque esta unidade de Beja vai operar apenas com cinco ou seis funcionários. Os responsáveis do projecto acreditam poder alargar este sistema a outros concelhos do país, até por ser um tipo de tratamento já muito aplicado em países como os Estados Unidos, Índia, Japão e Austrália.
A construção desta unidade de dimensões industriais vai permitir à empresa participar em concursos públicos para o tratamento de resíduos urbanos, lamas de ETAR ou outros, alargando assim a sua actividade a outros concelhos do país. «O sistema é totalmente ecológico, não resultando qualquer tipo de poluição do ar ou da água, pelo que a Quercus tem apoiado este projecto desde o seu início», adiantou Rui Berkemeier.
Outra vantagem importante, segundo este responsável, é o baixo custo de tratamento de resíduos que se consegue com este sistema. «Com custos de investimento inferiores a um quinto dos das unidades convencionais, e praticamente sem custos de energia e de tratamento das águas residuais, este sistema é muito competitivo e vai certamente dar um contributo importante para Portugal poder tratar todos os seus resíduos orgânicos» 1.
Palavras para quê? Trata-se de uma ‘minhoquice’…
1. Ver http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=33299
1 comentário:
Poxa, gostei muito dasinformações aqui contidas ;) Em meu colégio, trabalhamos com um Projeto chamado "Alternativas Sustentáveis", e o temos horta, galinheiro, agrofloresta, e muito maiis, entre eles, temoos tambpem o Minhocário, projeto em que me inscrevi. E no minhocário, trabalhamos com as minhocas vermelhas e foi muito bom ler sobre tais informações, que com certeza me serão extremamente úteis nessa minha jornada no minhocário :D
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