Eis de dia, uma cidade invadida por milhares de pessoas, automóveis e um trânsito caótico. À noite, uma cidade que se esvazia, com muitos prédios sem gente. Fala-se em 330 mil alojamentos vagos. É este o retrato de Lisboa e do seu próprio desequilíbrio. Pelo que, para inverter esta situação “cada vez mais o que se fizer deve ser feito de braços dados com os municípios vizinhos”.

A perda de população e o parque habitacional urbano devoluto são outros dos problemas a resolver. Lisboa apresenta-se hoje com menos de 600 mil habitantes. A CML tem na Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL) um instrumento poderoso para “regular o mercado”, combater a especulação imobiliária e ajudar a controlar o aumento de preços, pelo que deveria disponibilizar habitação a preços mais baixos do que o mercado, apresentando soluções diferentes das propostas pelos promotores imobiliários, atraindo novos moradores e a actividade económica 1.
A diminuição da construção, a partir de 2000, causou problemas graves ao sector da construção que afectam já o emprego. Tornou-se agora necessário reabilitar cerca de cem mil fogos por ano. Prolongar a vida útil de edifícios e equipamentos, através de acções de reabilitação ou revitalização. Contribuir para a valorização do património e a melhoria da qualidade de vida. Aspectos essenciais para a afirmação de cidades competitivas, capazes de gerar riqueza 2.
Entretanto, a cidade esvai-se, exportando-se como metrópole, num rotineiro ‘Trabalho de Sísifo’, em morosos e ‘stressantes’ (re)fluxos diários de vai-e-vem.
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