27/05/2007

Aqueduto doente

Doente e sujo, o Aqueduto das Águas Livres vai sofrer reparação de emergência, podendo a intervenção no troço mais emblemático começar já este Verão.
Segundo a Direcção de Projectos e Obras da EPAL, “existem sete zonas que envolvem riscos efectivos a nível de segurança de pessoas e bens” a justificar a intervenção 1.
Foi a 12 de Maio de 1731 que D. João V redigiu o alvará que ordenou o início da obra, indicando que esta se fizesse sem travões e independentemente da condição dos seus proprietários. “Eu, El-Rei, faço saber a quantos este Alvará virem, que, havendo-se intentado remediar a falta de água que experimentam os moradores destas cidades (...) a dita obra se faça por terras, fazendas, moinhos, casaes” 2.
Hoje desactivado, foi mandado construir a fim de fornecer água a Lisboa, de acordo com o projecto de Manuel da Maia, tendo abastecido a cidade a partir de 1748. Com 14 Km de extensão desde a nascente principal e diversos aquedutos subsidiários e de distribuição, com um total de 58 Km, abastecia uma rede de chafarizes na cidade.
O Aqueduto possui, na sua parte mais monumental, um conjunto de 35 arcos, de autoria de Custódio Vieira, sobre o Vale de Alcântara, onde se destaca o maior arco em pedra de vão do mundo, com 65 m de altura e 32 m de abertura. As águas chegavam a Lisboa ao Reservatório da Mãe de Água das Amoreiras, construído entre 1746 e 1834, segundo planos de Carlos Mardel, a quem se deve, entre outras obras, também o arco triunfal que celebra a obra de D. João V 3.
Integra actualmente o Museu da Água da EPAL e há muito que este património necessitava de uma intervenção de recuperação de fundo.

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