13/05/2007

Abate de árvores em Tribunal

Os autores de uma petição para o apuramento de responsabilidades no abate indiscriminado de árvores no Campo Pequeno falam no abate de 200 plátanos e jacarandás numa zona de “hecatombe” e de “crime ecológico” 1. São estes os adjectivos usados pelas associações ambientalistas que vêm criticando o abate de árvores no Jardim Marquês de Marialva, ao Campo Pequeno. Mas também os mais antigos moradores da zona têm dado conta da sua revolta. “Alguns moradores deixam aqui o seu desabafo porque se há casos em que parece justificar-se o abate, muitos outros existem que se olha e não se vê qualquer vestígio de doença”. “A revolta é maior porque a Câmara não deu informação, suficiente e a tempo, sobre a intervenção”.
Também o Partido Ecologista “Os Verdes” apresentou de imediato no passado dia 20 de Abril um Requerimento solicitando à CML esclarecimentos urgentes sobre este insólito e indiscriminado abate 2.
Entretanto, o Forum Cidadania Lisboa lançou uma petição “on-line” no seu site http://cidadanialx.blogspot.com ou www.gopetition.com/signatures.php?petid=12119 para "exigir que sejam apuradas responsabilidades e que Lisboa e quem nela trabalha e visita sejam ressarcidos por este abate". À recolha de assinaturas na internet - e, também, presencialmente, junto dos moradores, comerciantes e frequentadores do jardim - seguir-se-á, garantem os contestatários, uma acção judicial nos tribunais.
Os signatários da petição contabilizam “cerca de 200 plátanos e jacarandás” abatidos. Mas os serviços camarários falam apenas em 97 unidades, quase metade das quais estariam já referenciadas para abate, enquanto as restantes terão sido danificadas nas raízes pelas obras de requalificação da praça de touros. Uma avaliação rejeitada pelos queixosos, socorrendo-se de levantamento fotográfico das árvores abatidas e dos respectivos cotos - onde, aliás, alguém pintou, entretanto, a negro, significativos pontos de interrogação - e estranhando, por outro lado, que não tenha sido consultado, desta feita, o Laboratório de Patologia Vegetal "Veríssimo de Almeida". Os ambientalistas também querem ver o protocolo celebrado entre a Câmara e a Sociedade de Renovação Urbana do Campo Pequeno, que anuiu em pagar os danos causados, avaliados em 738 mil euros.
É com esta verba que a Câmara pretende requalificar o Jardim Marquês de Marialva, com a plantação de 167 novas árvores, a requalificação dos espaços pedonais e dos canteiros, a recuperação dos sanitários públicos, a construção de um parque infantil, e a instalação de um sistema de rega automático 3.

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