13/02/2009

Portugal aumenta cultura de alimentos geneticamente modificados

Portugal é um dos sete países europeus que aumentou a área de cultivo de produtos geneticamente modificados em 2008, num ano em que as culturas destes alimentos representam cerca de 125 milhões de hectares em todo o mundo. De acordo com o relatório do Serviço Internacional para a Aquisição de Biotecnologia Agrícola (SIABA), estes números representam um aumento de 9,4%.
A área cultivada com este tipo de alimentos aumentou 10,7 milhões de hectares, no ano passado, sendo os EUA o país que mais desenvolveu estas práticas (62,5 milhões de hectares), tendo vinte e cinco países passado a recorrer à biotecnologia, dos quais 15 são países em vias de desenvolvimento.
O mesmo relatório afirma que o Egipto, Burkina Faso e Bolívia são os três países que, no ano passado, se iniciaram na cultura de alimentos geneticamente modificados. A Argentina tem 21 milhões, o Brasil 15,8, a Índia e o Canadá têm 7,6 hectares cada um e a China conta com 3,8 hectares de área cultivada com alimentos geneticamente modificados 1.
Para a Plataforma Transgénicos Fora, as crises alimentares têm sido claramente especulativas e os transgénicos nada podem ajudar para a ultrapassar, pois “as vantagens dos organismos geneticamente modificados (OGM) só existem para as grandes multinacionais que vendem as sementes”. Aliás, “basta olhar para os lucros descomunais que as multinacionais de agroquímica estão a ter para perceber que têm vantagem em que se produzam e consumam transgénicos”.
Por outro lado, para além do risco para a saúde, “a nível mundial o problema (da especulação) vai manter-se. A questão está mais ou menos controlada em termos europeus, mas em termos mundiais vai continuar a existir com o aumento da procura na China e na Índia e com os biocombustíveis nos EUA”.

1. Ver Lusa doc. nº 9317997, 12/02/2009 - 00:28

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