23/02/2009

Utilizadores fazem bom uso das bicicletas gratuitas

Os apreciadores de um bom passeio de bicicleta podem estar descansados. Em Portugal, apesar das perturbadoras notícias vindas de Paris, onde todo o sistema público de aluguer de bicicletas está a ser reequacionado devido aos abusos e vandalismo, não há motivo para alarmes.
Por cá, as coisas têm corrido bem e ninguém pensa em fazer marcha-atrás. Nenhuma grande cidade portuguesa pôs em prática algo que seja, sequer, vagamente parecido com as Vélib, as bicicletas públicas de aluguer acessível que, em menos de ano e meio, transformaram a vida de muita gente na capital francesa (o nome vem da aglomeração de duas palavras: velo, bicicleta; e liberté, liberdade).
O mais próximo que existe em Portugal está em Aveiro, onde as 300 Bugas já se tornaram uma opção rotineira de transporte para muita gente. No princípio, a utilização da Buga podia comparar-se à de um carrinho de supermercado: o utente metia uma moeda na bicicleta, andava nela e recolhia o dinheiro quando a devolvia a uma das estações públicas do sistema.
Mas como este tipo de utilização ‘anónima’ potenciava a desresponsabilização e “no início tivemos alguns abusos”, agora mudámos o sistema: “as pessoas têm de se identificar ao levantarem as bicicletas e isso reduziu os problemas”.
Em Portugal o aluguer de bicicletas é um “negócio em expansão”. Há muitas empresas que se dedicam a esta actividade. Para lá de Aveiro, a autarquia de Cascais também se envolveu nesta área, com as suas Bicas, onde a procura pelas suas 250 Bocas é sempre muita. Tal como acontece em Aveiro, quem aluga uma bicicleta deixa a sua identificação. “Vandalismo, nada! E se desaparece alguma, volta logo no dia seguinte. As pessoas vêem que passou a hora e guardam-nas durante a noite...”.
Mas o maior contingente de bicicletas de aluguer em Portugal é uma aposta no meio universitário. Tudo começou na Universidade do Minho, onde, desde há um ano, já há 400 Bute em funções - e “uma lista de espera brutal”. O sistema deverá ser alargado às academias de Lisboa e Porto no próximo ano lectivo, com pelo menos mais 1000 veículos em cada cidade.
Este sistema é bem diferente, pois não se trata de um aluguer ocasional: cada estudante recebe a sua bicicleta, que está identificada com um nome de código escolhido pelo utilizador e a Faculdade ou Instituto do aluno.
“É claro que já vimos 'artistas' a fazerem cavalinhos e outros disparates, a esquecerem-se da bicicleta quando bebem uns copos. Mas falando com eles tudo se resolve. É malta nova, faz parte do processo de crescimento. E o facto de cada Bute estar atribuída a uma única pessoa leva a que esta cuide da sua durante o período de utilização”.

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http://jornal.publico.clix.pt/default.asp?url=%2Fmain%2Easp%3Fdt%3D20090222%26page%3D20%26c%3DA

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