14/02/2009

Uma cidade de buracos

Circular em Lisboa de carro, motociclo ou até calcorrear algumas zonas a pé pode tornar-se uma aventura devido aos muitos buracos nas estradas e ruas, alguns dos quais aumentaram com as chuvas fortes de Janeiro e início de Fevereiro.
Com maior ou menor ocorrência, as cavidades no pavimento são quase uma constante na cidade, havendo porém locais onde o diâmetro e a profundidade dos buracos os transformaram em verdadeiras crateras, transtornando o quotidiano a automobilistas e peões e chegando mesmo a pô-los em perigo, como pode ser constatado numa viagem por várias zonas da capital.
Pelas várias áreas percorridas, da Estrela a São Bento, Campo de Ourique, Ajuda, Lumiar, Alcântara, Junqueira, Benfica, Belém e Cais do Sodré e muitas outras artérias, desde o coração da cidade a diversas zonas mais periféricas, os buracos são uma regra. A Estrada do Paço do Lumiar e as Avenidas da Índia e Brasília são outras das artérias onde os buracos são uma constante. Em Benfica, dever ser “a maior calamidade de Lisboa” 1.
Por isso, em 2008, cerca de 350 automobilistas pediram indemnizações à CML devido a danos causados nas viaturas pelos buracos nas ruas. Destes pedidos de indemnização, interpostos directamente pelo lesado nos serviços municipais, através de seguradoras ou por via judicial, a CML foi obrigada a pagar cerca de metade.
De acordo com um estudo, o município contabilizou entre Junho e Dezembro de 2008, através do Programa LxAlerta, 546 pedidos de alerta relativos a faixas de rodagem e 1.124 pedidos de intervenção ao nível dos passeios e um total de 3.090 alertas para intervenção rápida, dos quais 692 situações se encontram por resolver 2.
Agora, durante o ano de 2009, a CML afirma que vai gastar sete milhões de euros no plano de repavimentação para recuperar as faixas de rodagem e calçadas em vários locais da capital. O investimento é o maior realizado pela autarquia em obras deste tipo nos últimos sete anos e contempla a manutenção e conservação de pavimentos em 273 arruamentos, nos quais se integram 28 intervenções de maior profundidade identificadas anteriormente na cidade de Lisboa.
Do total de investimento, cinco milhões de euros destinam-se a obras em faixas de rodagem, um milhão para intervenções em calçadas e o restante para trabalhos na rede de saneamento a realizar ao longo de 2009, refere ainda o documento. A degradação a que chegaram muitas ruas de Lisboa deve-se à “falta de intervenção primária atempada”, nomeadamente ausência de conservação e manutenção regular dos pavimentos.
As intervenções a efectuar dividem-se em três tipos: construção / reconstrução de pavimentos, recarga de pavimentos e conservação / manutenção de pavimentos. As primeiras contemplam intervenções no ramo poente do nó da Avenida Calouste Gulbenkian com a Rua de Campolide, terraplanagens, pavimentação e drenagens no Casal Vistoso, reabilitação de pavimentos no bairro das Terras do Forno e reabilitação de pavimentos no Campo Pequeno (reconstrução dos topos Sul e Este).
Os trabalhos de recarga de pavimentos integram, entre outras, intervenções em nove avenidas - Duque de Loulé, Casal Ribeiro, Lusíada, Gomes Pereira, Defensores de Chaves, Colégio Militar, Lusíadas, José Malhoa, Brasil, Infante D. Henrique, entre outras -, na Estrada de Benfica, Praça de Espanha, Calçada do Patriarcal, Largo da Estefânia e em algumas zonas de acesso ao Eixo Norte-Sul, nomeadamente, na da Avenida das Forças Armadas.
Ao nível da conservação e manutenção de pavimentos as intervenções abrangem quatro avenidas - Descobertas/Estrada de Caselas, Brasília, Duque de Loulé e Infante D. Henrique -, Alameda das Linhas de Torres, Calçada da Ajuda, Estrada do Paço do Lumiar, Praça do Império, Calçada da Ajuda, Alameda D. Afonso Henriques e 14 outras ruas 3.

Sem comentários: