21/06/2009

Renováveis ganham ao nuclear

A aposta de Portugal para travar a dependência energética do país em relação ao que importa do exterior (85%) vai ser feita pelas energias renováveis. “Não vai haver introdução da energia nuclear (na equação) como energia de transição”, frisou o secretário de Estado do Ambiente durante a 9ª Conferência Anual da BCSD Portugal (Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável).
O membro do governo explicou que não só a realidade portuguesa é bem diferente de países como a França - em que a maior parte da produção energética assenta numa rede de centrais nucleares já existente - como um projecto conjunto com a Espanha não se coloca, pois o país vizinho tende neste momento para o encerramento de algumas centrais.
“Podíamos ter ido pelo nuclear, fomos pelas energias renováveis”, reforçou em resposta a uma insistência da audiência, ao contrapor que “o nuclear não deve ser excluído da análise” e “deve ser pensado no leque”.
O secretário de Estado do Ambiente acrescentou ainda que “o futuro do transporte é eléctrico” e que o Governo vai lutar por “edifícios mais eficientes, a utilização dos resíduos como combustível ou a utilização do solo”.
Outro dos oradores precisou que “Portugal continua a ter problemas de eficiência energética” no presente, pelo que “as empresas já olham para a sustentabilidade como competição”. Ou seja, as empresas têm de começar a ser sustentáveis não só na sua produção como nos produtos que servem aos clientes, porque o mercado o exige, com base numa “utilização racional dos recursos diminuindo os resíduos e as emissões de CO2”, anunciou para o futuro uma “redução em 10% da energia eléctrica”substituída “por renováveis”.
Explicou que “as empresas devem preparar-se, não comprar lá fora”, pois “as que não tiverem o seu percurso feito atempadamente vão ter os seus custos” e que a modernização dos serviços para a verde fibra óptica é uma melhoria na mitigação de Gases de Efeito de Estufa que pode ser proporcionado pelas empresas.
A presidente da Quercus também alertou que “a tecnologia pode levar a gastar mais energia, mesmo que de modo mais eficiente”, tendo assumido que “a visão global” sobre as alterações climáticas ainda falha e que, a nível nacional, “parte do problema está na desarticulação de políticas. Era necessário que outros ministérios tivessem mais qualidade ambiental”.
Houve ainda quem reforçasse o papel que as empresas podem ter ao passarem da redução das frotas automóveis, optando pelo transporte ferroviário, pelas lâmpadas de baixo consumo, ou a desmaterialização dos extractos bancários (passando do papel para a Internet).

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www.agenciafinanceira.iol.pt/noticia.php?id=1070436&div_id=1728

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