Quando vamos despejar o caixote do lixo doméstico muitos cidadãos já pensam amarelo, azul e verde. Mas, na altura de se descartarem dos velhos electrodomésticos, a tarefa parece bem mais negra. Uma fatia anual de 4% do total de resíduos urbanos produzidos pelos europeus mostra que os ‘restos’ (leia-se matérias perigosas) destes equipamentos são uma ameaça para a nossa saúde e para o ambiente.
Ora ao comprar um novo aparelho electrónico já está a pagar o ‘EcoREEE’, uma taxa incluída no preço de venda como ‘Ecovalor’, desde Maio de 2006. Esta contribuição financeira visa cobrir os custos e operações dos centros de recolha de todo o País, bem como o transporte, tratamento e posterior valorização ou reciclagem desses resíduos.
Por isso, se tiver um ‘mono’ doméstico deve contactar os serviços municipais - Câmara ou Junta de Freguesia - e marcar um dia e hora para a recolha, mas nunca deve depositá-lo na via pública, fora do horário combinado. Também pode entregá-los em centros de recepção ou ecocentros, e até mesmo em empresas e distribuidores, como é o caso de alguns hipermercados, que aceitam retomas, normalmente na sequência de uma nova aquisição, e armazenam o lixo electrónico 1.
Alguns velhos computadores e outro material electrónico (com componentes de chumbo) seguem por vezes caminhos mais ínvios.
As empresas e os consumidores americanos enviam os seus equipamentos usados para empresas de reciclagem que o vendem a comerciantes estabelecidos nos EUA. Estes, por seu turno, cedem-nos a comerciantes da China que compram estes resíduos para recuperar os materiais susceptíveis de revenda e, em muitos casos, de caminho deitam fora os componentes tóxicos, agravando assim a poluição local. De seguida vendem o chumbo a fábricas de ligas metálicas que fornecem as oficinas de fabrico chinesas. Acontece assim que o chumbo vai parar, por vezes em elevados níveis tóxicos, aos artigos baratos que se podem depois encontrar nas lojas de ‘discount’ - vulgo lojas dos 300 - e aos centros comerciais americanos.
O ridículo da situação é de tal ordem que as autoridades americanas tiveram recentemente de retirar do mercado jóias baratas provenientes da China, por apresentarem concentrações elevadas de chumbo, chumbo que, na verdade, teve origem numa fonte no mínimo surpreendente e, quiçá, insuspeita: os velhos computadores e outros aparelhos electrónicos de que o Ocidente se desembaraça, mandando-os para a China 2.
É a chamada reacção ‘efeito borboleta’ originada pela não menos ínvia gula do negócio ou ‘o que despejas no meu quintal irás recebê-lo de volta’.
Ora ao comprar um novo aparelho electrónico já está a pagar o ‘EcoREEE’, uma taxa incluída no preço de venda como ‘Ecovalor’, desde Maio de 2006. Esta contribuição financeira visa cobrir os custos e operações dos centros de recolha de todo o País, bem como o transporte, tratamento e posterior valorização ou reciclagem desses resíduos.
Por isso, se tiver um ‘mono’ doméstico deve contactar os serviços municipais - Câmara ou Junta de Freguesia - e marcar um dia e hora para a recolha, mas nunca deve depositá-lo na via pública, fora do horário combinado. Também pode entregá-los em centros de recepção ou ecocentros, e até mesmo em empresas e distribuidores, como é o caso de alguns hipermercados, que aceitam retomas, normalmente na sequência de uma nova aquisição, e armazenam o lixo electrónico 1.
Alguns velhos computadores e outro material electrónico (com componentes de chumbo) seguem por vezes caminhos mais ínvios.
As empresas e os consumidores americanos enviam os seus equipamentos usados para empresas de reciclagem que o vendem a comerciantes estabelecidos nos EUA. Estes, por seu turno, cedem-nos a comerciantes da China que compram estes resíduos para recuperar os materiais susceptíveis de revenda e, em muitos casos, de caminho deitam fora os componentes tóxicos, agravando assim a poluição local. De seguida vendem o chumbo a fábricas de ligas metálicas que fornecem as oficinas de fabrico chinesas. Acontece assim que o chumbo vai parar, por vezes em elevados níveis tóxicos, aos artigos baratos que se podem depois encontrar nas lojas de ‘discount’ - vulgo lojas dos 300 - e aos centros comerciais americanos.
O ridículo da situação é de tal ordem que as autoridades americanas tiveram recentemente de retirar do mercado jóias baratas provenientes da China, por apresentarem concentrações elevadas de chumbo, chumbo que, na verdade, teve origem numa fonte no mínimo surpreendente e, quiçá, insuspeita: os velhos computadores e outros aparelhos electrónicos de que o Ocidente se desembaraça, mandando-os para a China 2.
É a chamada reacção ‘efeito borboleta’ originada pela não menos ínvia gula do negócio ou ‘o que despejas no meu quintal irás recebê-lo de volta’.
1. Ver ‘Proteste’ nº 282 (Jul.-Ago. 2007), p. 36-39
2. Ver Courrier internacional, 2007-08-03, p. 34
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