Um cão que entra num canil municipal, recolhido na rua, tem uma esperança de vida de sete dias. É o tempo legal para ser reclamado. Findo este prazo, segue para abate. O principal trabalho de muitas associações de defesa dos animais é o de tentar evitar que este destino se cumpra. O que fazem, sobretudo, por via de campanhas de adopção. Os números são impressionantes. Quando um canil municipal com 22 boxes tem uma média de entradas de 40 cães por semana, “as instalações enchem muito rapidamente. Quando isso acontece, tem de haver abate”.
Duas faces da mesma moeda: não são só os abandonos que estão a aumentar, as adopções também estão em queda livre, alertam os voluntários. Entre estes voluntários das associações de defesa dos animais, a apreensão é total. Apesar de todas as campanhas já realizadas, dos apelos sem conta, o número de cães abandonados está a aumentar. “Neste momento, não há hipótese de colocar animais em lado nenhum. Todos os canis estão cheios”, informa a Liga Portuguesa dos Direitos do Animal.
Uma ideia importada dos países nórdicos, que a CML tem tentado implementar desde há quatro anos, não tem tido grande êxito. Trata-se de um programa de intercâmbio de animais domésticos, onde quem adere à iniciativa se compromete a ficar com o animal de estimação de outra pessoa quando ela for de férias, devendo ocorrer o inverso também. Mas até agora inscreveram-se apenas dez amigos dos animais.
As crescentes dificuldades económicas de muitas famílias portuguesas poderão explicar, em parte, este pico de abandonos, dizem duas voluntárias das associações de defesa dos animais. Há pessoas a trocarem as vivendas por apartamentos, a irem à procura de trabalho para o estrangeiro e, em geral, vive-se com menos dinheiro. O abandono é um sintoma de crise, mas não apenas económica. A falência é mais geral, “somos um país que maltrata as crianças e abandona os velhos e os animais”.
“Isto não tem fim à vista. Uma pessoa até se sente desorientada”, a sucessão vertiginosa de abandonos ameaça “desestabilizar tudo”. Ou seja, rebentar com a reduzida estrutura de apoio existente no país, a maior parte a cargo de associações que vivem sobretudo de doações (poucas) e do trabalho de voluntários (poucos).
Com pouca esperança de vida, o cão está a tornar-se um bem descartável.
Duas faces da mesma moeda: não são só os abandonos que estão a aumentar, as adopções também estão em queda livre, alertam os voluntários. Entre estes voluntários das associações de defesa dos animais, a apreensão é total. Apesar de todas as campanhas já realizadas, dos apelos sem conta, o número de cães abandonados está a aumentar. “Neste momento, não há hipótese de colocar animais em lado nenhum. Todos os canis estão cheios”, informa a Liga Portuguesa dos Direitos do Animal.
Uma ideia importada dos países nórdicos, que a CML tem tentado implementar desde há quatro anos, não tem tido grande êxito. Trata-se de um programa de intercâmbio de animais domésticos, onde quem adere à iniciativa se compromete a ficar com o animal de estimação de outra pessoa quando ela for de férias, devendo ocorrer o inverso também. Mas até agora inscreveram-se apenas dez amigos dos animais.
As crescentes dificuldades económicas de muitas famílias portuguesas poderão explicar, em parte, este pico de abandonos, dizem duas voluntárias das associações de defesa dos animais. Há pessoas a trocarem as vivendas por apartamentos, a irem à procura de trabalho para o estrangeiro e, em geral, vive-se com menos dinheiro. O abandono é um sintoma de crise, mas não apenas económica. A falência é mais geral, “somos um país que maltrata as crianças e abandona os velhos e os animais”.
“Isto não tem fim à vista. Uma pessoa até se sente desorientada”, a sucessão vertiginosa de abandonos ameaça “desestabilizar tudo”. Ou seja, rebentar com a reduzida estrutura de apoio existente no país, a maior parte a cargo de associações que vivem sobretudo de doações (poucas) e do trabalho de voluntários (poucos).
Com pouca esperança de vida, o cão está a tornar-se um bem descartável.
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