05/08/2007

Sem mãos a medir

A Polícia Municipal (PM) de Lisboa apanha diariamente em excesso de velocidade dez vezes mais condutores que o Comando Metropolitano de Lisboa, com uma área de jurisdição muito maior. Com efeito a PM da capital não tem mãos a medir e multa mais que GNR e PSP em todo o país. As fotos aos infractores continuam a uma média de 2 mil por dia.
Entre 16 de e 31 de Julho, os 21 radares instalados dispararam quase 35 mil vezes. Ora, a PSP da região da Grande Lisboa, nas operações de controlo de velocidade apanha em média 206 condutores por dia. A GNR, por seu lado, que fiscalizou 3,48 milhões de veículos no primeiro semestre, detectou 76 mil em falta, uma média de 12,6 mil por mês.
As infracções registadas pelos radares da PM representam para os cofres do Estado a entrada de 4 milhões de euros, da qual uma percentagem se destina à CML. Uma benesse. Duas mil multas por dia são sinónimo de imprudência ou limites de velocidade parcialmente irrealistas? 1
“É a verdadeira caça à multa”, afirmou ao Expresso Nunes da Silva, professor do Instituto Superior Técnico e especialista em trânsito. “É natural que o número de condutores apanhados em excesso de velocidade se mantenha elevado, pois os radares estão, na maioria dos casos, em vias desenhadas e projectadas para velocidades superiores a 50 ou 80 km/hora”, acrescentou.
Opor seu turno, o presidente do ACP diz estar convencido de que os “equipamentos foram colocados à balda”, pelo que pretende levar a questão ao novo executivo camarário, aguardando apenas a nomeação do novo vereador do Trânsito.
Até o comandante da Polícia Municipal admite ser necessário efectuar estudos para corrigir alguns erros, mas quer primeiro falar com o novo presidente da Câmara 2.
Recorda-se que existe on-line uma petição pela conversão de alguns desses limites 3.

2 comentários:

Anónimo disse...

Reparo com agrado que a velocidade prevista de 50 km por hora para a Radial da Buraca é afinal de 80 Km por hora. A velocidade de 50 era realmente muito ridícula e era inferior à de 70, permitida sobre o tabuleiro da Ponte 25 de Abril, ou à imediatamente a seguir, antes do Aqueduto das Água Livres, onde o limite é de 80, numa curva e contra curva. A velocidade aqui é exagerada e está bem provado pelos embates visíveis no separador central e nos protectores laterais. Apesar de tudo, julgo ainda que a Radial da Buraca não me parece mais perigosa que o IC19, pelo que não creio que fosse demais aceitar o limite de 100 km nesse local, sem prejuizo da redução para 50 no entroncamento com a 2.ª. circular, como já acontece.

Porém, as vias onde foram colocados os controlos de velocidade são em geral vias rápidas urbanas especiais, patético é impor-se-lhes o limite de 50 km por hora, pois estas vias têm em geral faixas de trânsito separadas, cruzamentos desnivelados e sem habitações a ladear as vias. Uma coisa é circular-se na Av. Marechal Gomes da Costa ou na extensão da Av. EUA ou na Av. Infante Dom Henrique; outra é circular-se nas vias à direita da Av. Almirante Reis (nas vias centrais não será exactamente o mesmo), na Rua da Escola Politécnica, na Travessa das Flores, na Rua da Madalena ou na Rua do Alecrim, etc.... É claro que nas últimas vias indicadas não seriam detectados tantos infractores, mas uma coisa garanto eu: os que fossem “caçados” mereciam bem mais o castigo da multa!

Além disso, os limites poderiam ser variáveis, como na Ponte Vasco da Gama, os “placards” até o permitem: Já imaginaram o que é circular na Av. da República ou subir o túnel do Marquês a 50 Km por hora às 2 da madrugada? Será o mesmo que às 18h00? Qual foi o critério para a escolha das velocidades e dos locais a controlar?

Passei com a minha mulher à dias num dos locais onde estão os radares a indicar os 50 Km por hora (no prolongamento da Av. EUA), à cautela circulei a 40 Km por hora. O limite é de 50 e não poderia ir no limite porque seria arriscado, teria que olhar pró conta quilómetros em vez de olhar prá da estrada, o que é PERIGOSO, e a tolerância é nula. O resultado foi muito interessante, pois a minha mulher avisou-me que não queria voltar a passar por aquele sítio. Acho que vou aceitar a sugestão mesmo quando for sozinho e recomendá-la aos restantes automobilistas. Aquelas vias devem ser desprezadas até que seja corrigido o insólito limite.

Zé da Burra o Alentejano

E disse...

Adira ao movimento Lisboa+Viva. Conto consigo!