16/08/2008

Baixo teor de oxigénio afecta ecossistema marítimo

As chamadas ‘zonas mortas’ dos oceanos, com muito pouco oxigénio, estão a aumentar, com consequências graves para a vida marinha, revela um estudo divulgado hoje.
“Apercebemo-nos que a hipoxia [baixo teor de oxigénio nos tecidos orgânicos] não é um problema local mas um problema global que tem graves consequências para os ecossistemas”, alertou um especialista do Instituto de Ciência Marinha da Virgínia, nos EUA. “Está a tornar-se um problema de tal magnitude que começa a afectar os recursos que retiramos do mar para nos alimentarmos”, adiantou.
Na edição de ontem da revista Science 1, este autor e um outro investigador apontam, a existência no mundo de mais de 400 ‘zonas mortas’, o dobro das estimativas avançadas pelas Nações Unidas há dois anos. Segundo os dois cientistas, a continuar este crescimento, deixará de haver no mar caranguejos, camarões ou peixes.
As novas zonas dos oceanos com muito pouco oxigénio têm sido detectadas na América do Sul, África e em parte da Ásia.
A principal causa do fenómeno reside nas algas, que privam outras vidas marinhas de oxigénio, embora os cientistas apontem o dedo também aos adubos químicos, aos despejos de esgotos e à queima de combustíveis fósseis 2.

1. Ver Revista ‘Science’, vol. 321, nº 5891, 2008-08-15, p. 923-924 IN
www.sciencemag.org/current.dtl e www.vims.edu/deadzone/index.html

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