Os 20 anos do incêndio no Chiado são assinalados hoje, dia 25 de Agosto. O fogo que varreu parte do coração de Lisboa começou no Grandella, ao Chiado, numa montra voltada para a Rua do Ouro, e acabou por engolir, em 12 horas, vários séculos de história.
O alarme para os bombeiros soou às 5h17. A cidade mergulhava então no seu maior pesadelo desde o terramoto de 1755. O mar de chamas levou 12 horas e 33 minutos a ser esmagado. Pelo meio, engoliu 18 prédios, destruiu 7.500 metros quadrados, fez dois mortos, 73 feridos, dois mil desempregados e 200 a 300 desalojados 1.
Para um arquitecto paisagista e urbanista, doutorado em Planeamento Urbanístico e Professor da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, que foi director e presidente da empresa municipal Ambelis - Agência para a Modernização Económica de Lisboa, entretanto extinta, “vinte anos a pensar no Chiado é demais”.
A mudança que o Chiado sofreu, depois do incêndio de 1988, poderá ser um mau exemplo e um “escândalo” para o tempo que demorou a reabilitar-se “dois ou três quarteirões”. Mais do que reabilitar defende que é necessário “regenerar” certas zonas da cidade.
Fazendo “uma leitura muito crítica” da reabilitação do Chiado afirma que é urgente “intervir na reabilitação dos edifícios e na melhoria das condições de vida da população”. “Passou demasiado tempo para o que foi feito. Foram renovados meia dúzia de edifícios. A Baixa não se reanimou com aquilo, a Baixa ganhou zero”. “É fácil reabilitar edifícios como se fez no Chiado. Lá não morava ninguém, não havia problemas com alojamento”, defendeu.
Por exemplo, a “Colina de Santana, entre a Avenida da Liberdade e a Avenida Almirante Reis é uma zona crítica e das mais esquecidas que precisaria de intervenção. É uma zona de risco, muito degradada e a cidade não tem olhado para ela com atenção”, referiu o arquitecto. Quanto à regeneração urbana da Colina de Santana, o arquitecto salienta que “primeiro é preciso olhar para a zona em termos de estado de degradação física, urbanística e caso social [é uma zona muito envelhecida com estratos sociais de baixos recursos]”.
“A cidade tem grandes desafios, e o Chiado ainda é um problema. Substituíram-se uns edifícios por outros. Tem mais vida? Tem mais comércio? Teve um efeito estimulante na zona envolvente? Há mais moradores na Baixa?”, questiona.
Para o arquitecto, quando se fala de reabilitação da Baixa, é necessário ligar a recuperação física à social. “É preciso requalificar os edifícios e também as condições de vida da população. São necessárias políticas de habitação associadas para levar gente”, salientou 2.
Recorda-se, entretanto, que o Fundo Extraordinário de Ajuda à Reconstrução do Chiado, que tem tido “como atribuição o apoio às obras finais de reconstrução e requalificação urbanas do Chiado, através da concessão de auxílios financeiros às intervenções”, se extingue já em 31 de Dezembro do ano corrente 3. A hora de agir e concluir urge.
Para um arquitecto paisagista e urbanista, doutorado em Planeamento Urbanístico e Professor da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, que foi director e presidente da empresa municipal Ambelis - Agência para a Modernização Económica de Lisboa, entretanto extinta, “vinte anos a pensar no Chiado é demais”.
A mudança que o Chiado sofreu, depois do incêndio de 1988, poderá ser um mau exemplo e um “escândalo” para o tempo que demorou a reabilitar-se “dois ou três quarteirões”. Mais do que reabilitar defende que é necessário “regenerar” certas zonas da cidade.
Fazendo “uma leitura muito crítica” da reabilitação do Chiado afirma que é urgente “intervir na reabilitação dos edifícios e na melhoria das condições de vida da população”. “Passou demasiado tempo para o que foi feito. Foram renovados meia dúzia de edifícios. A Baixa não se reanimou com aquilo, a Baixa ganhou zero”. “É fácil reabilitar edifícios como se fez no Chiado. Lá não morava ninguém, não havia problemas com alojamento”, defendeu.
Por exemplo, a “Colina de Santana, entre a Avenida da Liberdade e a Avenida Almirante Reis é uma zona crítica e das mais esquecidas que precisaria de intervenção. É uma zona de risco, muito degradada e a cidade não tem olhado para ela com atenção”, referiu o arquitecto. Quanto à regeneração urbana da Colina de Santana, o arquitecto salienta que “primeiro é preciso olhar para a zona em termos de estado de degradação física, urbanística e caso social [é uma zona muito envelhecida com estratos sociais de baixos recursos]”.
“A cidade tem grandes desafios, e o Chiado ainda é um problema. Substituíram-se uns edifícios por outros. Tem mais vida? Tem mais comércio? Teve um efeito estimulante na zona envolvente? Há mais moradores na Baixa?”, questiona.
Para o arquitecto, quando se fala de reabilitação da Baixa, é necessário ligar a recuperação física à social. “É preciso requalificar os edifícios e também as condições de vida da população. São necessárias políticas de habitação associadas para levar gente”, salientou 2.
Recorda-se, entretanto, que o Fundo Extraordinário de Ajuda à Reconstrução do Chiado, que tem tido “como atribuição o apoio às obras finais de reconstrução e requalificação urbanas do Chiado, através da concessão de auxílios financeiros às intervenções”, se extingue já em 31 de Dezembro do ano corrente 3. A hora de agir e concluir urge.
1. Ver http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Lisboa&Concelho=Lisboa&Option=Interior&content_id=983654
2. Ver Lusa doc. nº 8657592, 19/08/2008 - 10:30
3. Conferir Art. 24º do Decreto-Lei nº 321/2002
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