22/08/2008

Lavoiser renasce no século XXI

Cientistas criaram uma biorefinaria móvel que converte lixo, desde alimentos, a papéis e até plástico, em electricidade. “Esta é uma tecnologia muito promissora,” comenta um professor de engenharia agrícola numa Universidade dos EUA. A bio-refinaria processa vários tipos de lixo ao mesmo tempo, convertendo-os em combustível por meio de dois processos paralelos. O combustível é então utilizado para alimentar um motor diesel, que faz funcionar um gerador de electricidade 1.

A conversão de parte do lixo em energia eléctrica não é novidade. Vários países adoptam a medida há anos. A energia eléctrica via lixo pode ser obtida de duas formas: pela compostagem da fracção orgânica e pela incineração da parte seca. Segundo um consultor da ONU, os custos dos municípios com o lixo, em média 7% dos recursos totais, poderão ser reduzidos a zero. Aterros sanitários com maior vida útil, redução do tráfego de camiões de lixo, e diminuição da emissão de poluentes, serão alguns benefícios adicionais 2.
Deste modo, também os restos de comida e outros resíduos orgânicos são tão válidos para produzir energia como o petróleo, o vento ou o gás natural.
Um carro, que atinge mais de 200 Km/h, movido a um combustível feito com os restos de comida, resíduos de porcos e borras de café que produzem electricidade e energia térmica, são exemplos de que já é possível e compensador o aproveitamento dos lixos como fonte energética alternativa. Mais exemplos:
A reciclagem de uma tonelada de plástico permite poupar até 130 kg de petróleo.
A energia recuperada de uma embalagem de iogurte reciclada é suficiente para manter acesa uma lâmpada de 60W durante uma hora.
A queima de 1.000 toneladas de lixo doméstico produz electricidade para 150 mil pessoas, o número dos habitantes de uma cidade como Braga.
Por cada quilo de lixo incinerado com recuperação de calor, pode ter dois computadores ligados durante uma hora.
A reciclagem de uma tonelada de resíduos de papel e cartão poupa o abate de entre 15 e 20 árvores.
Quando, por exemplo, um dia destes à noite chegar a casa e ligar o botão da luz, acender a televisão ou o aquecimento, a energia que estará a alimentar a corrente poderá ter sido gerada a partir do caroço da maçã que comeu no restaurante à hora de almoço ou de quaisquer outros restos de comida e resíduos orgânicos que produziu durante o dia.
Deste modo, o lixo dos portugueses poderá assim também servir como fonte alternativa na produção de electricidade e calor 3.
Porque “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.

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