A falta de qualidade do serviço prestado pela CP na linha do Oeste é cada vez mais motivo de queixa de utentes e especialistas, que defendem a modernização deste troço para reduzir os automóveis na Grande Lisboa.
No mapa das queixas dos utentes da ferrovia em Portugal, a linha do Oeste tem lugar de destaque, até porque poderia ser uma solução alternativa ao transporte rodoviário para milhares de pessoas que todos os dias se deslocam a Lisboa a partir de Torres Vedras, Caldas da Rainha ou Leiria.
Queixas semelhantes são feitas noutros locais do centro e sul do país como nos ramais da Lousã e de Beja ou na linha da Figueira da Foz. E há mesmo quem defenda uma nova obra - o chamado Arco do Oeste - que ligue a Linha do Norte e do Oeste, na zona de Leiria, para servir aquela região e a cidade de Fátima.
“A Linha do Oeste é o nosso muro das lamentações porque não corresponde minimamente às necessidades das pessoas, é demorada e é uma linha do século XIX”, sublinhou um dos fundadores da Associação de Desenvolvimento de Leiria.
A esta exigência, o Governo promete “fazer a requalificação efectiva e integral da Linha do Oeste que se destina a passageiros e a mercadorias”, afirmou há um mês a secretária de Estado dos Transportes, prometendo a electrificação, eliminação de passagens de nível e rectificações de traçado, bem como uma nova ligação ao sistema ferroviário da Área Metropolitana de Lisboa. Só promessas…
É que a linha termina no Cacém, sem ligação directa à rede da capital, uma situação desajustada até porque se trata de uma “zona densamente povoada” onde “há rentabilidade” mas “tal como está, o Estado só perde dinheiro”.
Também para o presidente da Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos de Ferro, “a linha do Oeste podia prestar um bom serviço e ser uma acessibilidade compatível com a auto-estrada mas era fundamental estudarem a hipótese de um novo traçado entre Malveira, Loures e Lisboa”.
A futura linha do TGV - que ficará a oeste da Serra dos Candeeiros perto da zona Oeste - poderia limitar os prejuízos para a população, mas a sua vocação não é o transporte ferroviário suburbano. E os utentes pensam o mesmo, como explica um dos fundadores do movimento cívico de clientes da CP, que defende que “há mercado” para a modernização da estrutura.
Mais a norte, a rede do Oeste entronca em Alfarelos na Linha da Figueira da Foz, uma estrutura desadequada, onde a falta de clientes ‘justifica’ a ausência de investimentos da CP, gerando um círculo vicioso de onde a região não consegue fugir. Para um especialista universitário nesta área, deveria ser criado um sistema de transportes ferroviários integrados num conjunto suburbano a partir de Coimbra, aproveitando os ramais da Lousã, Figueira da Foz e Cantanhede e as linhas do Norte e da Beira Alta.
Já a possibilidade do Ramal da Lousã vir a ser transformado numa linha de metropolitano ligeiro de superfície, integrado no Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), poderá ser um projecto sem “pernas para andar”. Criado em Março deste ano, o Movimento de Defesa do Ramal da Lousã (MDRL) exige a realização de um estudo alternativo ao projecto do metro, que se arrasta há cerca de 15 anos, tendo enviado ao Governo um abaixo-assinado com mais de quatro mil assinaturas, do qual ainda não obteve resposta.
No sul, uma comissão de utentes defende a reactivação do ramal que ligava as cidades alentejanas de Beja e Moura, encerrado em 1989, considerando o líder desta estrutura que o ramal foi “desactivado por motivos políticos”, visando “isolar o Alentejo”.
Numa altura em que se aguarda no Alentejo a implementação do comboio de alta velocidade (TGV), entre Lisboa e Madrid, com passagem por Évora, onde um metro de superfície entre Beja e Moura teria muito mais utilidade, até para o desenvolvimento turístico de Alqueva, “então, enquanto o povo anda de carroça, andam os outros, os senhores do dinheiro, a voar de TGV?”, criticam utentes, autarcas e empresários 1.
E ainda há quem, irresponsavelmente, proponha a introdução de portagens à entrada das cidades. Percebe-se logo não utiliza diariamente os deficientes transportes públicos suburbanos e citadinos.
Queixas semelhantes são feitas noutros locais do centro e sul do país como nos ramais da Lousã e de Beja ou na linha da Figueira da Foz. E há mesmo quem defenda uma nova obra - o chamado Arco do Oeste - que ligue a Linha do Norte e do Oeste, na zona de Leiria, para servir aquela região e a cidade de Fátima.
“A Linha do Oeste é o nosso muro das lamentações porque não corresponde minimamente às necessidades das pessoas, é demorada e é uma linha do século XIX”, sublinhou um dos fundadores da Associação de Desenvolvimento de Leiria.
A esta exigência, o Governo promete “fazer a requalificação efectiva e integral da Linha do Oeste que se destina a passageiros e a mercadorias”, afirmou há um mês a secretária de Estado dos Transportes, prometendo a electrificação, eliminação de passagens de nível e rectificações de traçado, bem como uma nova ligação ao sistema ferroviário da Área Metropolitana de Lisboa. Só promessas…
É que a linha termina no Cacém, sem ligação directa à rede da capital, uma situação desajustada até porque se trata de uma “zona densamente povoada” onde “há rentabilidade” mas “tal como está, o Estado só perde dinheiro”.
Também para o presidente da Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos de Ferro, “a linha do Oeste podia prestar um bom serviço e ser uma acessibilidade compatível com a auto-estrada mas era fundamental estudarem a hipótese de um novo traçado entre Malveira, Loures e Lisboa”.
A futura linha do TGV - que ficará a oeste da Serra dos Candeeiros perto da zona Oeste - poderia limitar os prejuízos para a população, mas a sua vocação não é o transporte ferroviário suburbano. E os utentes pensam o mesmo, como explica um dos fundadores do movimento cívico de clientes da CP, que defende que “há mercado” para a modernização da estrutura.
Mais a norte, a rede do Oeste entronca em Alfarelos na Linha da Figueira da Foz, uma estrutura desadequada, onde a falta de clientes ‘justifica’ a ausência de investimentos da CP, gerando um círculo vicioso de onde a região não consegue fugir. Para um especialista universitário nesta área, deveria ser criado um sistema de transportes ferroviários integrados num conjunto suburbano a partir de Coimbra, aproveitando os ramais da Lousã, Figueira da Foz e Cantanhede e as linhas do Norte e da Beira Alta.
Já a possibilidade do Ramal da Lousã vir a ser transformado numa linha de metropolitano ligeiro de superfície, integrado no Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), poderá ser um projecto sem “pernas para andar”. Criado em Março deste ano, o Movimento de Defesa do Ramal da Lousã (MDRL) exige a realização de um estudo alternativo ao projecto do metro, que se arrasta há cerca de 15 anos, tendo enviado ao Governo um abaixo-assinado com mais de quatro mil assinaturas, do qual ainda não obteve resposta.
No sul, uma comissão de utentes defende a reactivação do ramal que ligava as cidades alentejanas de Beja e Moura, encerrado em 1989, considerando o líder desta estrutura que o ramal foi “desactivado por motivos políticos”, visando “isolar o Alentejo”.
Numa altura em que se aguarda no Alentejo a implementação do comboio de alta velocidade (TGV), entre Lisboa e Madrid, com passagem por Évora, onde um metro de superfície entre Beja e Moura teria muito mais utilidade, até para o desenvolvimento turístico de Alqueva, “então, enquanto o povo anda de carroça, andam os outros, os senhores do dinheiro, a voar de TGV?”, criticam utentes, autarcas e empresários 1.
E ainda há quem, irresponsavelmente, proponha a introdução de portagens à entrada das cidades. Percebe-se logo não utiliza diariamente os deficientes transportes públicos suburbanos e citadinos.
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