A falta de investimentos que tornem o caminho-de-ferro num transporte competitivo é uma acusação que as associações de utentes e empresários de todo o país fazem à CP e à REFER, contestando o estado de muitos troços, de que a linha do Tua é apenas mais um infeliz exemplo,
As linhas ferroviárias do nordeste transmontano, do Vouga, da Lousã, do Oeste e Algarve são exemplos dessa falta de investimento que se reflecte também na ausência de horários adequados e de condições de conforto que muito dificultam a possibilidade do comboio ser um meio alternativo ao automóvel.
As linhas ferroviárias do nordeste transmontano, do Vouga, da Lousã, do Oeste e Algarve são exemplos dessa falta de investimento que se reflecte também na ausência de horários adequados e de condições de conforto que muito dificultam a possibilidade do comboio ser um meio alternativo ao automóvel.
Estas são algumas das acusações feitas pela Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos-de-ferro (APACF) 1, recordando que estas linhas “estão situadas em regiões densamente povoadas ou em zonas turísticas e não têm as condições para servir nem as comunidades nem os turistas”.
Recentemente, a REFER investiu na modernização da linha entre Braga e Porto e os resultados foram surpreendentes, até para a CP, devido à forte adesão dos clientes. Em 2007, viajaram de comboio entre Braga e Porto 5,1 milhões de utentes, um número que a CP só esperava atingir em 2014.
Mas no resto do país, ainda existem muitos locais que poderiam ser sujeitos a investimentos semelhantes, como por exemplo a Linha do Vouga (Oliveira de Azeméis/Espinho e Águeda/Aveiro) que “tem enormes potencialidades e podia servir uma região populosa, mas necessita de uma modernização profunda”.
Críticas semelhantes vêm da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento do Transporte Ferroviário, que aponta a linha do Minho, no troço entre Minde e Valença, como uma zona que deveria merecer a atenção da REFER e da CP. Esse troço “devia ser modernizado porque está numa zona economicamente importante, tem população mas tal como está é mais um caso de falta de lucidez”.
No nordeste transmontano, “as linhas estão muito abandonadas” mas, “com isto, não quero dizer que sejam inseguras”, mesmo pouco mais de uma semana depois do acidente que causou um morto e vários feridos entre os 47 ocupantes da carruagem, a maioria turistas, que seguia de Mirandela para o Tua. “Estas linhas (do nordeste transmontano) têm interesse para as comunidades locais e também em termos turísticos porque são zonas com uma paisagem lindíssima”. Na Suíça “há serviços de caminho de ferro para o tráfego turístico e penso que estas regiões como o vale do Douro não ficam nada atrás das paisagens Suíças, mas aqui as nossas carruagens nem sequer dão para baixar as janelas e tirar fotografias”.
Na Linha do Oeste (Figueira da Foz/Cacém), o problema não é o abandono pois “a infra-estrutura está em bom estado” mas verifica-se “uma desadequação da oferta face à procura e por isso também acaba por não servir as pessoas”. “O traçado entre Malveira e Lisboa devia ser alterado para permitir uma ligação rápida à capital e tornar a ferrovia competitiva face à auto-estrada”.
“Não há nenhuma cidade europeia como Lisboa que não tenha à sua volta várias linhas de caminho-de-ferro, porque o automóvel não é o meio de transporte ideal para quem trabalha ou faz negócios”. “O problema do abandono do caminho-de-ferro é um crime”, pois deveria existir uma “ligação rápida e directa entre Lisboa e Leiria”.
Já em relação ao sul do país, existem vários problemas na linha do litoral algarvio, entre Vila Real de Santo António e Lagos, onde se “demora cerca de três horas a percorrer quando de carro se faz em menos de metade do tempo”.
Os escassos esforços de modernização nas Linhas do Norte e na linha que liga Lisboa a Faro não são por isso estratégia suficiente, “não chega”, pois “o que se vê é que para as estradas há sempre dinheiro”.
Em conclusão, “o comboio é o meio de transporte do futuro para pessoas e mercadorias”. Só se lamenta “o facto dos governos terem enveredado pelo transporte rodoviário com custos económicos, energéticos e ambientais elevadíssimos” 2.
Incompreensível é o facto de periodicamente surgirem propostas de introdução de portagens à entrada das cidades, quando não existe uma aposta efectiva na melhoria dos transportes suburbanos e citadinos. Percebe-se que só podem advir de quem não experimente, com frequência, a ‘qualidade’ deste meio de transporte.
Recentemente, a REFER investiu na modernização da linha entre Braga e Porto e os resultados foram surpreendentes, até para a CP, devido à forte adesão dos clientes. Em 2007, viajaram de comboio entre Braga e Porto 5,1 milhões de utentes, um número que a CP só esperava atingir em 2014.
Mas no resto do país, ainda existem muitos locais que poderiam ser sujeitos a investimentos semelhantes, como por exemplo a Linha do Vouga (Oliveira de Azeméis/Espinho e Águeda/Aveiro) que “tem enormes potencialidades e podia servir uma região populosa, mas necessita de uma modernização profunda”.
Críticas semelhantes vêm da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento do Transporte Ferroviário, que aponta a linha do Minho, no troço entre Minde e Valença, como uma zona que deveria merecer a atenção da REFER e da CP. Esse troço “devia ser modernizado porque está numa zona economicamente importante, tem população mas tal como está é mais um caso de falta de lucidez”.
No nordeste transmontano, “as linhas estão muito abandonadas” mas, “com isto, não quero dizer que sejam inseguras”, mesmo pouco mais de uma semana depois do acidente que causou um morto e vários feridos entre os 47 ocupantes da carruagem, a maioria turistas, que seguia de Mirandela para o Tua. “Estas linhas (do nordeste transmontano) têm interesse para as comunidades locais e também em termos turísticos porque são zonas com uma paisagem lindíssima”. Na Suíça “há serviços de caminho de ferro para o tráfego turístico e penso que estas regiões como o vale do Douro não ficam nada atrás das paisagens Suíças, mas aqui as nossas carruagens nem sequer dão para baixar as janelas e tirar fotografias”.
Na Linha do Oeste (Figueira da Foz/Cacém), o problema não é o abandono pois “a infra-estrutura está em bom estado” mas verifica-se “uma desadequação da oferta face à procura e por isso também acaba por não servir as pessoas”. “O traçado entre Malveira e Lisboa devia ser alterado para permitir uma ligação rápida à capital e tornar a ferrovia competitiva face à auto-estrada”.
“Não há nenhuma cidade europeia como Lisboa que não tenha à sua volta várias linhas de caminho-de-ferro, porque o automóvel não é o meio de transporte ideal para quem trabalha ou faz negócios”. “O problema do abandono do caminho-de-ferro é um crime”, pois deveria existir uma “ligação rápida e directa entre Lisboa e Leiria”.
Já em relação ao sul do país, existem vários problemas na linha do litoral algarvio, entre Vila Real de Santo António e Lagos, onde se “demora cerca de três horas a percorrer quando de carro se faz em menos de metade do tempo”.
Os escassos esforços de modernização nas Linhas do Norte e na linha que liga Lisboa a Faro não são por isso estratégia suficiente, “não chega”, pois “o que se vê é que para as estradas há sempre dinheiro”.
Em conclusão, “o comboio é o meio de transporte do futuro para pessoas e mercadorias”. Só se lamenta “o facto dos governos terem enveredado pelo transporte rodoviário com custos económicos, energéticos e ambientais elevadíssimos” 2.
Incompreensível é o facto de periodicamente surgirem propostas de introdução de portagens à entrada das cidades, quando não existe uma aposta efectiva na melhoria dos transportes suburbanos e citadinos. Percebe-se que só podem advir de quem não experimente, com frequência, a ‘qualidade’ deste meio de transporte.
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