15/11/2007

A Dança do despejo

A Companhia de Dança de Lisboa (CDL) contesta a acção de despejo do Palácio dos Marqueses de Tancos, na costa do Castelo, de que é alvo por parte da CML, tendo colocado na Internet um abaixo-assinado para sensibilizar a autarquia.
O fundador e director da CDL afirmou que “tudo se fará para impedir este despejo”, que qualificou de “injusto”, tanto mais que a companhia ocupa os salões nobres do palácio ao abrigo de um protocolo assinado em 1993, quando era Jorge Sampaio o presidente da Câmara. “Esse protocolo foi assinado por dez anos, sendo automaticamente renovável”.
O mesmo responsável indicou estar on-line o abaixo-assinado “Não ao despejo e consequente extinção da Companhia de Dança de Lisboa” -
www.petitiononline.com/NdespCDL/petition.html - mas não excluiu o recurso aos tribunais. “Desde que a CDL tomou conta dos andares nobres do palácio em 1986 já gastou mais de 300.000 euros em obras de restauro”, referiu denunciando haver “jogos de interesse” relativamente ao palácio e que a Companhia tem sido “alvo de perseguições”.
O palácio, que resistiu ao terramoto de 1755, foi vendido pelos marqueses de Tancos aos Armazéns do Chiado em 1875, para acompanharem o rei D. Miguel no seu exílio na Áustria. Os Armazéns do Chiado instalaram nele escolas e fábricas após o 25 de Abril de 1974 e em 1980 venderam-no por 35.000 contos à Câmara de Lisboa “para o defender da destruição que estava a ser alvo”.
A CDL é a única companhia independente em Portugal, que não recebe qualquer subsídio. A CDL existe desde 1984, tem actualmente oito bailarinos e estreou este ano um novo espectáculo em Santiago de Compostela (Noroeste de Espanha, ‘Na abertura do horizonte - a Cidade da Utopia’, dedicado a José Afonso e a Agostinho da Silva, estando actualmente a preparar uma digressão.

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