02/11/2007

Portela ‘Vip’

Juntamente com o estudo sobre a localização do novo aeroporto que foi entregue ao Governo, a Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) afirma ter procedido à entrega de um ‘Anexo’ sobre as vantagens da manutenção do aeroporto da Portela.
O responsável pela análise das acessibilidades no estudo da CIP, o professor do Instituto Superior Técnico J. M. Viegas, disse que o ‘Anexo’ que acompanhou o estudo é um “apelo para que não se feche a Portela”, alegando que a manutenção do actual aeroporto de Lisboa, ainda que assente em moldes diferentes, “pode fazer parte de um modelo de negócio que pode ser atractivo para o candidato a concessionário”.
Neste sentido, o autor apresentou “algumas ideias” que têm como objectivo tornar o aeroporto da Portela num aeroporto de alta qualidade (“aeroporto Premium”), destinado apenas a voos de curta duração, efectuados com aviões silenciosos, com uma “garantia de qualidade muito grande”, e que, cinco anos depois da entrada em funcionamento da nova aerogare, tenha um tráfego máximo anual de cinco milhões de passageiros.
O professor exemplificou que “pessoas que viajam muito, como eu, estão dispostas a pagar mais cem euros para terem um aeroporto a seis quilómetros dos seus escritórios”.
Ou seja, a proposta da CIP para manutenção da Portela seria feita por motivos ‘VIP’.
Uma ideia à qual se opõe o presidente-executivo da companhia aérea TAP que, a 26 de Setembro, durante um almoço promovido pela Associação Comercial de Lisboa, afirmou que a coexistência de dois aeroportos na zona da Grande Lisboa seria o “maior erro” que o Governo poderia cometer. Na ocasião, deu vários exemplos de experiências de coexistência de dois aeroportos que acabaram por falhar ou falir 1.
Anotem-se, entretanto, outras opiniões divergentes, como a da Câmara de Alenquer a criticar o estudo e a admitir processar o Estado se a decisão for Alcochete 2, ou com a Quercus a concordar impugnar judicialmente uma eventual decisão do Governo sobre a nova localização do aeroporto de Lisboa sem um estudo de impacte ambiental coerente.

1. Ver Lusa doc nº 7651727, 31/10/2007 - 16:15

2. Ver Lusa doc nº 7655857, 31/10/2007 - 16:49

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