08/11/2007

Tribunais desvalorizam crime rodoviário

Os condutores respeitam a aproximação a uma passadeira?
- Respeitam cada vez mais. A maioria dos atropelamentos ocorre fora da passadeira. Em 1996, a percentagem de peões mortos era de 22,9% do total de acidentados, o que equivale a 480 vítimas. Em 2000, esta percentagem passou para 20,7%, 337 peões mortos. Em 2006, passámos para 137 atropelamentos mortais, 16,1% do total de acidentes. É sinal que as regras estão a ser respeitadas.
Os peões não sabem usar as passadeiras?
- Genericamente sabem, o que não quer dizer que as utilizem. Há, de facto, uma grande indisciplina. O peão utiliza a passadeira nos locais onde elas estão bem localizadas e onde são respeitadas pelos condutores.
As passadeiras deveriam estar melhor sinalizadas, com indicação do tempo para se atravessar?
- As passadeiras devem estar sinalizadas como prevê a lei. Sinal de perigo e informação relativa à localização. O ideal é que este sinal pudesse ser iluminado para se tornar bem visível à noite, sobretudo para os peões.
Deveria haver mais campanhas de sensibilização?
- As medidas não podem ser avulsas. Uma campanha só por si não vale a pena. Deve ter por base uma política global de várias acções.
O atropelamento de 6ª fª fez com que já se tivesse pedido leis mais sancionatórias. É por aqui que se deve ir?
- Não é necessário agravar a lei. Os tribunais é que desvalorizam o crime rodoviário. Basta sensibilizar os juízes a aplicarem a actual lei. As penas aplicadas são extra-leves.

Ler respostas do Presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa, José Manuel Trigoso
http://dn.sapo.pt/2007/11/06/cidades/3_perguntas_a_jose_manuel_trigoso_pr.html

1 comentário:

João Soares disse...

Sociedade do Automóvel...
Biotera de Luto por 5 dias.
Paz às vítimas que já não connosco e solidariedade por várias espécies em vias de extinção.