16/11/2007

Parque Mayer aguarda indemnizações

Os comerciantes do Parque Mayer voltaram ontem a alertar o vereador do Urbanismo na CML para o facto de continuarem sem receber as indemnizações que, reclamam, lhes são devidas pela Bragaparques, a antiga proprietária do espaço, tendo apenas recebido “a promessa de que a nossa situação está a ser analisada”, afirmou um representante dos comerciantes à margem da apresentação do concurso público de ideias para a requalificação do Parque Mayer.
Recordou depois que a CML devia ter recebido o Parque Mayer, livre de ónus, sem estar ocupado pelos comerciantes, que abandonariam o local mediante o pagamento de indemnizações, no âmbito da permuta deste terreno com parte dos terrenos da antiga Feira Popular, em Entrecampos, propriedade da autarquia. As indemnizações reclamadas pelos comerciantes seriam pagas pela Bragaparques, à semelhança do que a Câmara fez com os feirantes da antiga Feira Popular. Porém, lamentou, “a nossa situação continua por resolver” 1.
Entretanto, a CML abriu ontem um concurso de ideias para o Parque Mayer, abandonando definitivamente o anterior projecto do arquitecto Frank Gehry. O júri deste concurso de ideias será presidido pelo arquitecto Nuno Teotónio Pereira e incluirá um representante da Universidade de Lisboa, outro da Assembleia Municipal, um da Ordem dos Arquitectos, outro da Associação dos Paisagistas e duas personalidades a indicar pela CML. As propostas começam a ser recebidas já na próxima 3ª fª e até 4 de Janeiro 2.
No recinto do Parque Mayer permanecem ainda o Sindicato dos Artistas, três restaurantes e um guarda-roupa.
Recorda-se que no início de 2005 a Assembleia Municipal de Lisboa aprovou por maioria, com excepção dos votos da CDU (PEV e PCP), a permuta dos terrenos do Parque Mayer com parte dos terrenos camarários no espaço da antiga Feira Popular, em Entrecampos. O negócio envolveu ainda a venda em hasta pública do lote restante de Entrecampos, que foi adquirido pela mesma empresa, que exerceu um direito de preferência que viria a ser contestado pela oposição na autarquia lisboeta.
Perante suspeitas de ilegalidade, a 1 de Agosto desse ano a CDU fez também uma participação do negócio ao Ministério Público junto do Tribunal Administrativo de Lisboa, tendo solicitado a impugnação judicial do negócio 1. A investigação continua, aguardando-se novos desenvolvimentos.
Para os comerciantes, trata-se de uma ‘estória’ que começa a ter barbas ou uma de novela quase sem fim à vista 3.

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