24/06/2008

Modelo alternativo de produção e consumo local

O Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) defendeu no sábado que a actual crise dos preços dos alimentos e dos combustíveis pode ser superada com um novo modelo de política alimentar baseado no consumo da produção local. “Promover o consumo local, através da produção local” é a fórmula apresentada pelo Conselho Nacional do PEV, reunido em Mirandela, no Distrito de Bragança.
Os conselheiros discutiram os principais temas da actualidade nacional e internacional com destaque para a crise dos combustíveis, dos alimentos e do Tratado de Lisboa, depois do ‘não’ irlandês.
Segundo a dirigente nacional, Manuela Cunha, “‘Os Verdes’ entendem que é altura de promover uma nova política alimentar, já que o modelo de crescimento económico que se tem promovido é extremamente frágil e negativo e chegou a um beco sem saída”. “A alimentação faz milhares de quilómetros, por camiões ou barco, consumindo combustíveis, o que se reflecte no preço final”.
Para “Os Verdes”, “se se promovesse a produção local e o consumo do que é produzido mais próximo, haveria mais postos de trabalho, uma agricultura mais amiga do ambiente e mais equilibrada e com menos custos energéticos”.
A dirigente deu o exemplo alternativo da região transmontana, que “não tem capacidade de escoamento dos seus produtos, nomeadamente da batata, quando o país é deficitário nesta produção e está a importar de outros países”.
Um modelo com o poder mais próximo dos cidadãos é também o que o PEV defende para a União Europeia, considerando que o ‘não’ no referendo da Irlanda deveria levar os governantes, nomeadamente o primeiro-ministro português a tirar conclusões. “É fundamental que o primeiro-ministro tire conclusões e que não faça do tratado uma questão de carreira pessoal, mas uma questão fundamental para o país”, afirmou Manuela Cunha.
Recordando que já anteriormente a França e a Holanda haviam rejeitado o Tratado Constitucional, a dirigente conclui que este “modelo federalista, centralista, tira poder às nações e não é aceite pelos cidadãos”. “Em vez de se tentar encontrar interpretações para a recusa do povo irlandês, o único chamado a pronunciar-se, devia reflectir-se porque é que os povos da Europa não sentem simpatia por esta construção”. Não parece ser difícil perceber porquê.

Ver Lusa doc. nº 8473594, 21/06/2008 - 19:44

1 comentário:

Anónimo disse...

Vivam os combustíveis altos! Já estou farto de fruto que atravessa o globo de um lado ao outro para chegar ao supermercado.