30/09/2008

Emissões de carbono vão obrigar Portugal a comprar licenças

Decorre entre ontem e hoje, 3ª fª, o I Congresso Nacional sobre Alterações Climáticas (Clima 08), que reúne, em Aveiro, 240 participantes, entre especialistas nacionais e internacionais da área da Engenharia do Ambiente.
O primeiro alerta, deixado pela comissão organizadora do Congresso, considera insuficientes as medidas tomadas na área dos transportes para cumprir as metas do Protocolo de Kioto, pois Portugal ‘acordou tarde’ para o problema das alterações climáticas e, se não reduzir drasticamente as emissões de carbono até 2012, vai ter de comprar licenças de emissão com custos significativos para o país.
“Acordou-se tarde para o problema das alterações climáticas e, ou reduzimos as emissões de carbono de forma drástica até 2012, ou vamos ter de comprar licenças de emissão, com custos significativos para o país”, sustentou um especialista, advertindo que Portugal já ultrapassou em 10% o aumento de emissões que lhe era permitido, de acordo com as metas fixadas.
A ‘culpa’ vem, sobretudo, do sector dos transportes, onde as medidas têm sido insuficientes, já que as Autoridades Metropolitanas de Transporte não estão a funcionar, sendo essenciais para a coordenação e interligação do transporte colectivo ao nível supramunicipal.
Exemplo é o facto de “não se estar a potenciar o investimento que foi feito no metro do Porto” porque “as carreiras de autocarros continuam com as mesmas rotas como se ele não existisse”. “Tratando-se de um investimento estruturante, tem de haver complementaridade, mas os operadores não têm uma autoridade que os obrigue a redefinir as carreiras, de maneira a fazer chegar o transporte colectivo a outras zonas”. Em Lisboa a situação não é muito diferente.
Outro dos problemas apontados é o do envelhecimento das frotas das empresas no transporte de mercadorias, devendo ser dados incentivos fiscais à sua renovação, à semelhança do que é prática noutros países.
O investigador deixou um apelo ao Governo para se empenhar “num esforço de última hora, envolvendo as autarquias e outros agentes, para conseguir reduzir as emissões de carbono até 2012, encarando a questão, também nos transportes, como oportunidade para evoluir com novos produtos, serviços e soluções tecnológicas” 1.
As Autoridades Metropolitanas de Transporte têm sido um dos mais antigos ‘cavalos de batalha’ da CDU nesta matéria 2.

1. Ver
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Interior.aspx?content_id=1019344
2. Ver www.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=32290&Itemid=120

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