10/09/2008

Hábitos alimentares e alterações climáticas

Quer lutar contra o aquecimento global? Então escolha um dia qualquer da semana e… não coma carne. A recomendação é do secretário do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), o grupo de cientistas que avalia o que se sabe sobre as alterações climáticas, trabalhando sob a égide da ONU, e que em 2007 foi distinguido com o Nobel da Paz.
A Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO) estima que a produção de carne represente um quinto das emissões de gases com efeito de estufa. E a FAO aponta para que o consumo de carne duplique na próxima década.
Como para produzir um quilo de carne de vaca são precisos nove quilos de comida para alimentar o animal, as mudanças na nossa dieta podem ter um grande efeito na ocupação da terra e na criação de gado - ambos contribuintes importantes para as emissões de gases com efeito de estufa que estão a alterar a composição da atmosfera da Terra.
A lógica é que é mais fácil cada pessoa introduzir pequenas modificações nos seus hábitos do que esperar grandes alterações a nível global no sistema de transportes, por exemplo. “Em termos de facilidade de acção e possibilidade de fazer reduções rapidamente [nas emissões de gases de estufa] esta é claramente a melhor hipótese”. “Deixe de comer carne um dia por semana, e vá reduzindo a partir daí”, recomendou o economista indiano, que é vegetariano.
Mas nem todas as carnes são iguais, sendo necessárias 54 calorias de combustíveis fósseis para produzir uma caloria de carne de vaca, enquanto para o porco os valores são 17 para 1, e para galinha 4 para 1.

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