24/07/2007

7 colinas 7

No final do mês, o Metropolitano de Lisboa (ML) vai lançar um novo produto para suprimir “algumas desvantagens” do cartão “7 Colinas”, utilizado na Carris e no Metro. O ‘novo’ produto visa tornar este cartão ainda mais reutilizável, em vez de obrigar o utente a andar com três ou quatro cartões. É que um dos maiores problemas que se verifica, originando frequentes queixas dos utentes, passa por “se um passageiro usa um cartão para viajar numa zona, tem de adquirir outro cartão para fazer deslocações que abranjam duas zonas”.
Segundo a directora comercial do ML, “o 7 Colinas devia adaptar-se melhor às necessidades de quem a ele recorre pois, se um utente compra um cartão e o carrega com dez viagens, fica obrigado a fazer os carregamentos posteriores sempre com dez, sendo forçado a comprar um cartão novo se desejar carregá-lo apenas com uma viagem”. A directora comercial acrescentou ainda que os carregamentos vão ser bonificados: “um carregamento no valor de 5 euros tem um bónus de 2%, enquanto os carregamentos de 6,65 e de 9,5 euros têm uma bonificação de 5%”.
Daí que cada passageiro poderá manter o cartão que já possui, mas - após esgotar as viagens carregadas no modelo ainda em vigor – com a hipótese de poder fazer carregamentos em valor monetário (em vez de nº de viagens), ou seja, coloca uma determinada importância no 7 Colinas e gasta essa verba de acordo com as suas necessidades. De acordo com estes novos moldes, o ‘7 Colinas’ poderá ser carregado com um valor entre os 70 cêntimos (preço de uma viagem de uma zona) e os 20 euros, não sendo permitidos carregamentos superiores a este montante 1.
Perante esta ‘novidade’, um dos utentes sente-se mesmo surpreendido - quando a compara com os transportes públicos de Londres - por ter sido “criado tão recentemente um cartão que fica claramente aquém das expectativas. Ainda mais quando bons exemplos da aplicação de novas tecnologias não são assim tão raros, nomeadamente o sistema Multibanco e Via Verde”. E comenta que não compreende “como é que num novo sistema, que apesar de utilizar o mesmo cartão, continua a ser necessário utilizar cartões distintos para cada meio de transporte, ou seja, não é possível ter no mesmo cartão títulos pré-comprados para utilização exclusiva nos autocarros e títulos pré-comprados para utilização apenas no Metro. Apenas no caso de serem combinados”. E dá o exemplo do ‘London Oyster card’ que “permite num mesmo cartão títulos distintos, nomeadamente pré-comprados e passes, inclusive passes para transportes distintos, sem serem combinados. Ou seja, é possível ter um passe de autocarro, e um carregamento (crédito) para viajar no Metro. É ainda possível carregar o passe em qualquer altura e de forma não consecutiva” 2.
Muito mais simples e transparente para o utilizador. Não a confusão dos sistemas ‘7 colinas’ ou ‘Lisboa viva’. Afinal, e de facto, nada é apresentado de radicalmente novo. Só não existe iniciativa para a redução da exagerada proliferação de cartões.

1. Ver
www.rr.pt/InformacaoDetalhe.aspx?AreaId=11&SubAreaId=23&SubSubAreaId=53&ContentId=213909
2. Ver http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1300041&idCanal=59&showComment=1#commentarios

2 comentários:

Miguel Carvalho disse...

De facto isto é uma vergonha autêntica. Todos os anos há alterações (o que por si já cria dificuldades e custos), e nenhuma delas facilitou o uso dos transportes. Basta alguém querer fazer um percurso diferente do habitual na Grande Lisboa para precisar logo de bilhetes novos, passes novos, horários novos..
E nem é preciso tecnologia. Na Holanda há UM bilhete de PAPEL que serve para TODOS os transportes públicos do PAÍS INTEIRO (metro, autocarro, comboio).

Sobreda disse...

Exactamente. Eu próprio também usei uma 'strip' com várias viagens quando também estive em viagem pela Holanda. Mais prático não podia ser!
Por cá baralha-se (o utente), volta-se a dar (novos tipos de cartões) e só se complica.