15/07/2007

Refúgios verdes

Os parques podem ser considerados verdadeiros refúgios verdes, que não só protegem os visitantes das temperaturas de Verão como proporcionam passeios inesquecíveis. A riqueza não se limita à paisagem, uma vez que os parques oferecem por vezes a possibilidade de observar algumas espécies raras. São, por isso, uma boa alternativa para quem não quer, ou não gosta, de passar férias junto ao mar.
Um dos mais belos palcos da diversidade natural é o Parque Nacional da Peneda-Gerês, que oferece igualmente uma grande diversidade de alojamento, desde habitações rústicas até às casas de abrigo, passando pelos parques de campismo. Para os mais aventureiros o parque sugere vários percursos pedestres.
A Mata do Buçaco, no concelho da Mealhada, é outros dos lugares mais aprazíveis no Verão. A mata oferece vários percursos botânicos que foram traçados precisamente para proporcionar uma boa imagem da variedade e riqueza da flora. O parque inclui ainda um interessante património arquitectónico, de onde se destaca o Convento de Santa Cruz e o Palace Hotel, um edifício inspirado no Claustro do Mosteiro dos Jerónimos.
Outra das riquezas nacionais é o Parque Nacional de Sintra-Cascais, que apesar de estar inserido entre zonas habitacionais não deixa de proporcionar aos visitantes significativa variedade natural, que inclui a costa atlântica e serras.
Os parques naturais portugueses são uma boa alternativa às férias de mar e sol, ao proporcionarem refúgio para as altas temperaturas do Verão, mas também oportunidades para se conhecer melhor o património cultural e arquitectónico que frequentemente albergam, mas na capital têm sido refúgios esquecidos 1.
É que em Lisboa, jardins, parques e miradouros foram abandonados ao longo destes últimos anos de executivos de direita. Monsanto sem uma animação atractiva para os utentes. O do Campo Grande mal frequentado e transformado em lixeira. O do Campo Pequeno com as suas portentosas árvores abatidas. O da Estrela com iluminação insuficiente. O das Quintas das Conchas e dos Lilazes, após ser recentemente reinaugurado, com os sistemas de rega avariados e entupidos de lixo. São Pedro de Alcântara entaipado e com as obras suspensas por dívidas ao empreiteiro. A lixeira no Miradouro de Santa Luzia. O Jardim Silva Porto em Benfica, com muros a cair, com lixo, WC’s e café fechado, vandalismo, etc. Diversas propostas aprovadas nos órgãos municipais sem implementação.
Ora é sabido que em média, as ruas arborizadas fazem os termómetros descer cerca de quatro graus. As medições (com pares de termómetros, um à sombra debaixo das folhas e outro ao sol), feitas no Verão de 2003, comprovaram a teoria de que “os espaços verdes contribuem para um maior conforto bioclimático das cidades”.
Estes dados não são de menor importância quando as alterações climáticas estão na ordem do dia. Além da termo-regularização, os jardins, parques e ruas arborizadas contribuem também para a redução da poluição e do ruído, a produção de oxigénio e a absorção de dióxido de carbono, bem como para a drenagem dos solos, evitando inundações. Ou seja, estamos sempre a falar de bem-estar social e ambiental e de saúde pública 2.
Mas não em Lisboa, com os seus elevados níveis de poluição.

Sem comentários: