21/07/2007

Computadores poluentes

O computador pessoal é um gastador de energia e metade da que lhe é fornecida acaba desperdiçada. O aviso é de uma coligação de várias empresas informáticas, a Climate Savers Computing Initiative (Iniciativa Climática para a Poupança Informática www.climatesaverscomputing.org), o World Wildlife Fund e a Agência para a Protecção Ambiental norte-americana, lançada pela Google e pela fabricante de microprocessadores Intel, num esforço de contenção energética e na emissão de gases de efeito de estufa.
O alerta é tanto mais oportuno quanto se calcula que no final de 2008 estejam em utilização mundial mais de mil milhões de computadores, e mais de dois mil milhões em 2015, devido a mercados emergentes como o Brasil, Rússia, Índia e China, responsáveis pela utilização de 775 milhões de novos computadores nessa altura.
A iniciativa pretende conseguir uma eficiência energética de 93% nas fontes de alimentação até 2010 (contra os 80% para este ano) que, “a ser atingida, reduzirá as emissões de gás de efeito de estufa em 54 milhões de toneladas por ano - e fará poupar 5500 milhões de dólares em custos energéticos”. A organização afirma que em 2010 poderá eliminar o equivalente a retirar mais de 11 milhões de veículos das estradas.
Mas há quem veja neste tipo de atitude uma simples estratégia de marketing. Num artigo publicado esta semana na revista ComputerWorld, afirma-se que “há dinheiro na história ecológica”, dado que se essa “história vender, tornando-a ecológica e interessante” para o mercado, “acaba-se por ganhar dinheiro com isso”.
Aí está, a explicação é simples: os gestores apenas compram um produto ecológico se ele permitir reduções de custo e propiciar retorno do investimento. Ou seja, o factor custo é o essencial e não as preocupações com as emissões de dióxido de carbono que sejam produzidas pela electricidade usada nos equipamentos informáticos e de telecomunicações. O lucro sobrepõe-se ao desenvolvimento sustentável.

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