30/07/2007

Canis e gatis sem condições

A sub-comissão de agricultura do Parlamento aprovou a constituição de um grupo de trabalho para verificar o que se passa nos canis e gatis municipais, após discussão de uma petição que, considerando que a maioria das Câmaras não têm condições para acolher animais abandonados, reivindica melhores condições para os animais. Promovida pela associação Pelos Animais, a petição foi subscrita por 17.566 cidadãos e denuncia que “a maioria dos canis/gatis municipais são locais que envergonham”, exigindo o “tratamento condigno e o fim do extermínio dos animais”.
O número de casos de abandono no nosso país, que nesta altura do ano atinge os níveis mais elevados, deixa as câmaras municipais e as associações de defesa dos animais sem capacidade de resposta, pelo que a solução por parte dos responsáveis autárquicos passa, na maioria dos casos, pelo abate indiscriminado de animais saudáveis em resultado da sobrelotação dos espaços.
O abandono e as situações de maus-tratos e extermínio de animais de companhia são explicados, de acordo com a petição, pela ausência de uma “política coordenada para o controlo da população de cães e gatos. Os animais padecem, sem receber cuidados médico-veterinários adequados, são mantidos em alojamentos sem as mínimas condições de bem-estar e sofrem de morte indigna”.
Considerando que o abate de animais deve ser abolido, os signatários são apologistas de uma política de esterilização de animais como “método de eleição para o controlo da população canina e felina em Portugal”.
No trabalho preparatório a Assembleia da República enviou um inquérito a todos os municípios para conhecer a realidade nos canis e gatis municipais, mas “grande parte das câmaras não respondeu, o que é um mau sinal”. Tratando-se de “um problema de postura civilizacional (...) o essencial da questão está em evitar o abandono de cães e gatos” 1.
Este abandono de animais em Portugal atinge dimensões tais que obriga as Câmaras municipais a manterem os animais nos exíguos espaços dos seus canis. Depois..., umas promovem esterilizações, enquanto outras abatem os animais 2.

1. Ver
www.destak.pt/artigos.php?art=2454
2. Ver http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=47393

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