31/07/2007

Riscos de sismos

O professor catedrático do Instituto Superior Técnico, António Brotas, pede aos autarcas eleitos para a CML que assumam, como uma das primeiras medidas, a dedicação aos problemas sísmicos da capital. Segundo o catedrático, a CML não tem dedicado ao problema a “atenção que devia”, descurando uma situação que se pode traduzir na morte de “milhares de pessoas” e é, desde há anos, iminente.
“Lisboa é uma cidade sísmica. Tem uma periodicidade de 200 anos para um grande sismo, movimentações constantes. Há décadas que conhecemos a iminência de terramotos, e o pior é que os cidadãos, as pessoas na rua, não sabem o que fazer. E ainda há prédios perigosos”. Existem várias acções a tomar em caso de sismo e que incluem o evitar de elevadores, escadas, e janelas, optar por vãos e cantos, ou, até, o cortar a água, gás e electricidade.
Segundo Brotas, além de medidas concretas que podem ser tomadas - como campanhas e distribuição de panfletos pela autarquia sobre o que fazer em caso de sismo, à semelhança do que acontece na Califórnia - a Câmara deve, em colaboração com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil, criar, “urgentemente”, uma Escola Sísmica de Lisboa, para preparar engenheiros, projectistas e construtores, criando uma cidade segura. “Nos últimos anos, houve progressos das universidades, mas há, ainda, muito a fazer”.
O professor defende que Lisboa tem todas as potencialidades para se tornar um grande centro de investigação sísmica à escala mundial, referenciado no planeta. “A escola poderia ganhar, rapidamente, enorme prestígio. Bastava a Câmara impor a condição de os edifícios da capital terem de receber aval sísmico por um seu credenciado. Juntando isso a uma investigação de ponta, e teríamos um projecto que, não só poderia salvar Lisboa como colocá-la no mapa mundial de investigação”.
Ainda segundo Brotas, a capital “tem o problema e os meios. Só falta a vontade (política)”.

Ver Destak, 2007-07-26, p. 2

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