02/07/2007

Terra em risco

Cientistas acreditam que a Humanidade está em perigo devido ao aumento do nível do mar. Cem milhões de pessoas vivem em zonas que poderão ficar submersas se entretanto os países nada fizerem para o evitar. Aumenta o número de especialistas que questionam as projecções das Nações Unidas sobre um aumento do nível dos oceanos em meio metro até 2100. Cientistas de reputadas instituições alertam que é a própria civilização que está em perigo perante uma subida do mar, que poderá atingir os seis metros.
Em Portugal, o Atlântico sobe em média dois milímetros por ano, o que se traduz num avanço de um metro sobre a costa. Dos 750 quilómetros da costa do continente, segundo o relatório da Comissão Europeia ‘Viver com a Erosão do Litoral na Europa’, o avanço do mar atinge um terço. Mas as projecções são piores, pois 67 por cento da costa corre sérios riscos de erosão, segundo o relatório ‘Cenários, Impactos e Medidas de Adaptação’.
Por Portugal continental ter uma costa pouco recortada por enseadas, e por isso mais exposta ao mar, o relatório da Comissão Europeia estima que é mais susceptível a sofrer danos resultantes das marés vivas do que países banhados por mares interiores, como a Suécia, Itália ou Grécia.
Também no próximo ano, e pela primeira vez, metade da população do Mundo (3,3 mil milhões de pessoas) viverá em cidades, revela o relatório ‘Situação da População Mundial 2007’, das Nações Unidas. Uma pressão urbana que representa um “quadro ameaçador” se não forem criadas políticas que combatam a poluição e, sobretudo, a pobreza.
Segundo as Nações Unidas, a uma pequena subida de cem mil habitantes nos próximos 43 anos (atingindo o País 10,7 milhões de habitantes em 2050) haverá uma taxa de crescimento urbano de 1,5% de 2005 até 2010. Uma subida só ultrapassada na Europa pela Albânia (2,1%) e Irlanda (1,8%). Portugal é, ainda assim, um dos países da Europa com menor população urbana. São 59% do total, quando a média europeia é de 72%.
O problema é mais grave e vai bem mais longe nas suas consequências. Milhões de animais podem desaparecer até 2050. Será a consequência das alterações climáticas, mas também da negligência humana na introdução de novas espécies que leva à destruição de habitats naturais.
Entre 15 a 37 por cento das espécies animais correm o risco de se extinguir até 2050. Estes dados foram revelados num estudo publicado na prestigiada revista científica ‘Nature’. As alterações climáticas constituem actualmente a maior ameaça à biodiversidade. Estas incontornáveis mudanças agravam os ecossistemas que, por si só, estão debilitados devido à poluição e, em muitos casos, à perda do habitat das próprias espécies. Por outro lado, quando se introduzem animais nos habitats de espécies indígenas acelera-se o processo de extinção, na medida em que existem distúrbios.
Algumas espécies podem extinguir-se não apenas devido às alterações climáticas mas em consequência das acções do ser humano. “A exploração pecuária dos animais tem um papel fortíssimo no aquecimento global, isto é, a emissão de gases nocivos decorrentes destas explorações são superiores e mais graves do que os gases produzidos pelos automóveis”.
Estima-se que a nível mundial, existam cinco a oito milhões de insectos, 60 mil animais vertebrados, 10 mil aves e 5 mil mamíferos. Em Portugal, algumas espécies como a baleia cachalote, o pombo-trocaz, o lince, o lobo ibérico e a águia real estão em vias de extinção.

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