30/07/2007

Lutas de cães com apostas

As lutas de cães não são só uma ficção dos filmes de acção. Em Chelas, há quem faça apostas para ver cães em lutas ferozes, a troco de quantias que podem chegar a algumas centenas de euros. Os donos dos animais combinam os confrontos directamente ou então organizam um leilão para encontrar adversário, por valores que vão dos 100 aos 300 euros.
O funcionamento das apostas está longe de ser complicado. “Funciona de modos diferentes. Pode haver uma base de licitação, como num leilão, do género “o meu cão só luta por 200. Quem é que quer lá ir?”, ou do género de aposta directa: “o meu contra o teu por 100 euros”. “É como qualquer outra aposta, tipo 'matrecos'”. Os valores também variam, “podendo chegar até aos 300 ou 400 euros, mas esses já são mais raros”. Qual o porquê da escolha dos cães e porquê as lutas? “Os cães são como os nossos ‘soldados’. Ao mesmo tempo, aproveitamos e sempre fazemos algum... A vida está má”.
Fazem criação de cães para participar em lutas e, sobre a nova lei que irá regulamentar a posse de cães considerados perigosos, recusam-se a andar com o cão preso com açaime. “Eu mando no cão, não vou andar com ele com açaime. Já vai preso com a corrente e chega bem”, concluindo que não temem as multas pelo não cumprimento da nova legislação.
E também porque as disputas ocorrem em zonas problemáticas, para fugir ao controlo da polícia. É que a escolha de locais recai nos mais recônditos de zonas problemáticas, como a Zona J, pois “é uma zona à qual a polícia nunca quer ir. Alias, nem sequer lá podem entrar”, conta-se, em tom de ironia.
Entretanto, continuam as frequentes notícias de pessoas atacadas por dobermans e pitbulls. E também de “muitos cães que saem de lá em muito mau estado. Mesmo muito mau”.

Ver Destak 2007-07-30, p. 4

1 comentário:

Anónimo disse...

Esta gente mete nojo...
Como podemos querer uma sociedade que respeite o ambiente se há gentalha desta?