04/07/2007

Contra a muralha

A CDU criticou hoje o projecto do Porto de Lisboa para construir uma zona comercial associada ao terminal para cruzeiros no Tejo frente a Alfama, alertando que será “uma muralha” que destruirá a vista do rio. Ruben de Carvalho falava no Largo do Chafariz de Dentro, em Alfama, no final de uma “arruada” por várias freguesias dos bairros históricos, que começou no Castelo de S. Jorge.
“A Câmara não pode alhear-se de nenhum projecto que diga respeito à cidade. A Câmara tem que levantar o problema junto da administração central”, defendeu Ruben de Carvalho, o candidato às eleições de 15 de Julho, alertando que o projecto do Porto de Lisboa prevê “construção em altura de dois ou três pisos”. “Fazer um terminal para cruzeiros, até aí tudo bem. Mas preparam-se para fazer ali um centro comercial, ao longo de um quilómetro do cais e com dois ou três pisos de altura, ou seja, uma muralha que destruirá toda a visão de Alfama para o rio”.
Sobre o projecto do Porto de Lisboa, o candidato da CDU considerou ainda que “até do ponto de vista económico” a ideia de um centro comercial no cais será prejudicial à cidade, prevendo que os turistas prefiram ali fazer as suas compras, e não saiam para visitar a baixa da cidade.
A reabilitação urbana e a EMEL foram outros dos temas levantados por Ruben de Carvalho na “arruada”. O candidato criticou a maioria PSD nos últimos seis anos na Câmara por ter “transformado a recuperação de prédios antigos” em “negócios e especulação”, abandonando-os a uma degradação progressiva por dívidas não pagas aos empreiteiros.
Nesta extensa e muito participada “arruada” por várias das freguesias de maioria CDU, animada pelo grupo de gaitas de foles “O ronco do diabo”, o cabeça de lista da CDU foi acompanhado pelo secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, por vários presidentes de Juntas de Freguesia daquela zona histórica, por alguns dos principais candidatos da lista da CDU, vários membros da comissão política do PCP e por conselheiros nacionais de “Os Verdes” também eleitos na Assembleia Municipal de Lisboa.
Votar na CDU nas eleições intercalares de 15 de Julho será “o momento de aliar o voto ao protesto (e) ao descontentamento” pelas políticas de direita.

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