09/11/2008

As doenças dos parquímetros da EMEL

O Tribunal de Contas está desde o último Verão a analisar as relações entre a CML e as várias empresas municipais. No caso da EMEL foram passados a pente fino os vários contratos de prestação de serviços e a boa cobrança das receitas da empresa.
Avarias nas máquinas, desvio de fundos, dívidas não cobradas, receitas mal paradas, é só escolher.
Numa auditoria que tem estado a decorrer à EMEL, cuja presidente apresentou a demissão há duas semanas, invocando motivos pessoais, tendo abandonado o lugar esta 6ª fª, os peritos do Tribunal de Contas terão recolhido documentos e testemunhos que sugerem a existência de desvios de dinheiro das máquinas onde se faz a recolha de moedas nos parquímetros.
O sistema de recolha do dinheiro depositado nas máquinas é feito manualmente, sendo apenas cruzado com um talão que a máquina emite na altura da recolha. A contagem não é feita no local, só mais tarde os funcionários verificam o valor do encaixe.
Em anteriores auditorias, a EMEL já tinha sido desafiada a rever procedimentos e, actualmente a recolha do dinheiro é feita em conjunto por um funcionário da empresa e outro de uma empresa de segurança. Mas, estranhamente, as verbas nem sempre coincidem com o valor inscrito nos talões, apesar da empresa garantir total segurança.
O sistema da colecta do dinheiro das máquinas mereceu várias intervenções ao longo do tempo e em algumas zonas da cidade em que o serviço é prestado por uma empresa há um controlo electrónico on-line que permite saber à distância quanto dinheiro foi introduzido pelos condutores.
Acresce a que as receitas da EMEL baixaram a partir do Verão. Enquanto fonte da empresa diz que é uma consequência dos aumentos no preço dos combustíveis, o certo é que os resultados operacionais desceram profundamente. No ano passado, o lucro ficara perto dos dois milhões de euros. Este ano deverá rondar apenas cem mil euros.



Entre os elementos considerados anómalos foram detectadas muitas dívidas de estacionamento à empresa. Há pelo menos duas dúzias de viaturas que devem mais de mil euros de estacionamento cada uma.
A EMEL esclareceu que estão em fase de instrução 200 processos a grandes devedores, mas, só em dívidas de estacionamento superiores a 750 euros, a empresa deixou acumular mais de 50 mil euros de receita malparada.
Há também várias zonas da cidade onde os parquímetros foram vandalizados e não funcionam. E há zonas em que o serviço assegurado pela EMEL se mantém sem qualquer controlo suplementar de segurança.

Ver
http://sic.aeiou.pt/online/noticias/dinheiro/margem+de+lucro+na+emel+deve+ser+muito+curta+este+ano.htm

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