Existe uma grande agitação à volta da revisão do terminal de contentores no cais de Alcântara, no porto de Lisboa. Em Abril foi o anúncio e agora a publicação do Decreto-lei que autoriza a prorrogação do prazo de concessão ao actual locatário até 2042, com a justificação de que tal é necessário para amortizar o investimento na ampliação desse mesmo terminal, de modo a aumentar a sua capacidade actual para o triplo.
Argumenta-se que essa ampliação é estratégica para o País, permitindo que o porto de Lisboa passe a assegurar uma fatia importante no mercado nacional e internacional de movimentação de contentores. Como contrapartida, o concessionário assegura a realização de um conjunto de obras, com destaque para, além da ampliação do próprio terminal, a construção de um túnel ferroviário de ligação da Linha de Cascais à Linha de Cintura, acabando com a actual ligação à superfície.
A obra poderá ser uma oportunidade para racionalizar todo o sistema de transportes públicos naquela zona, transformando a estação de Alcântara Terra num grande nó intermodal, ligando a Linha de Cascais e a Linha de Cintura, mas também o Eixo Norte-Sul (no Alvito), bem como ser o ponto de convergência das linhas Amarela e Vermelha do Metro. Todavia, a realização desta obra não pode ser usada como justificação para a ampliação do terminal de contentores.
Argumenta-se que essa ampliação é estratégica para o País, permitindo que o porto de Lisboa passe a assegurar uma fatia importante no mercado nacional e internacional de movimentação de contentores. Como contrapartida, o concessionário assegura a realização de um conjunto de obras, com destaque para, além da ampliação do próprio terminal, a construção de um túnel ferroviário de ligação da Linha de Cascais à Linha de Cintura, acabando com a actual ligação à superfície.
A obra poderá ser uma oportunidade para racionalizar todo o sistema de transportes públicos naquela zona, transformando a estação de Alcântara Terra num grande nó intermodal, ligando a Linha de Cascais e a Linha de Cintura, mas também o Eixo Norte-Sul (no Alvito), bem como ser o ponto de convergência das linhas Amarela e Vermelha do Metro. Todavia, a realização desta obra não pode ser usada como justificação para a ampliação do terminal de contentores.

Há três ou quatro anos dá-se, contudo, uma grande viragem: a ideia passou a ser pôr os paquetes em Santa Apolónia, enquanto Alcântara passava a ficar reservada para os contentores. É, no mínimo, estranho.
Ocupando Alcântara uma posição muito mais nobre e central, porque é que os paquetes hão-de ir para Santa Apolónia e os contentores hão-de estar em Alcântara? Se esta troca é estranha, mais estranho é ouvir-se falar em aumentar a capacidade do terminal. Então, não haverá outros portos, como Setúbal ou Sines (cujo terminal está a ser ampliado), que possam movimentar esses contentores?

Ora, existe um local no porto de Lisboa que tem condições privilegiadas para instalar um grande terminal de contentores. Trata-se do antigo cais da Siderurgia Nacional, no Seixal.
Além de uma enorme área disponível (quase cem hectares), esta zona passou recentemente a dispor de uma excelente serventia ferroviária, com a construção do ramal que ligou as fábricas da Siderurgia Nacional e da Lusocider ao Eixo Norte-Sul, em Coina. Além disso, fica próximo da futura plataforma logística do Poceirão, onde poderá ser feito o transbordo dos contentores. Claro que será preciso dragar mais profundamente o canal fluvial do Barreiro, mas isso serão ‘trocos’ em comparação com os benefícios duma tal localização.
Havendo alternativas, para quê arranjar soluções complicadas e conflituosas?
Ler S. Pompeu Santos, membro conselheiro da Ordem dos Engenheiros, IN http://dn.sapo.pt/2008/11/08/opiniao/contentores_alcantara_sera_mesmo_nec.html
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