Em Lisboa foram dois mil, pelo País terão sido cerca de 30 mil.
"Vá, porta-te bem e grita muito." Manhã cedo e sobre forte bátega de chuva, um pai acaba de deixar o filho junto ao Parque Eduardo VII, em Lisboa, para ele se juntar ao protesto dos alunos do básico e secundário, que juntou ontem cerca de dois mil manifestantes em frente ao Ministério da Educação. O novo estatuto do aluno e o regime de gestão escolar foram os motivos que, segundo a organização, motivaram a luta de cerca de 30 mil estudantes de todo o País.O percurso de pouco mais de meia hora da manifestação de Lisboa, feita a pé entre o Marquês de Pombal e a 5 de Outubro, foi acompanhado por palavras de ordem como "Está na hora de a ministra ir embora" ou "A luta continua, ministra para a rua". Estava lançado o mote das principais reivindicações gritadas a plenos pulmões durante duas horas, em frente ao edifício-sede do Ministério da Educação. "Parece o recreio", atira, a meio da manhã, um transeunte descontente ao olhar para os alunos empoleirados nas grades guardadas por 30 polícias. Ataques que Luís Baptista, porta- -voz do Movimento Directores Não, rebate com um contra-ataque às reformas implementadas pela equipa de Maria de Lurdes Rodrigues. "Existe na escola um grande clima de insatisfação, que se estende às famílias dos alunos, contra o estatuto do aluno, que permite que um estudante tenha de fazer um exame de recuperação depois de dar seis faltas justificadas, mesmo que por motivo de doença." Confrontado com estas afirmações, o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, reagiu de forma taxativa: "O estatuto do aluno não estabelece isso", garantiu o governante aos jornalistas. "Cada regulamento interno das escolas estabelece as condições em que os alunos têm de fazer a prova de recuperação. Mas desde logo só estabelece medidas disciplinares ou correctivas para os alunos que ultrapassem o limite de faltas injustificadas e não para os alunos que excedam o limite de faltas justificadas."Mas a juntar às críticas ao estatuto do aluno, Luís Baptista alertou também para a possível privatização do ensino público, através da abertura da escola à comunidade, e a criação da figura do director, pontos previstos no novo regime de gestão escolar. "No que respeita à gestão escolar nem se percebe muito bem, porque os estudantes vão ter assento na escolha do director da escola, que anteriormente não tinham." Foi desta forma que Valter Lemos respondeu mais uma vez à questão do aluno. O dia nacional de luta dos estudantes foi marcado por manifestações por todo o País. Em Almada, foram cerca de 1200 os alunos de todas as escolas secundárias do concelho que protestaram em frente à Câmara Municipal, segundo a PSP. No Barreiro e em Évora, os manifestantes rondaram os 500 alunos. Em Vila Real, cerca de 250 alunos do ensino secundário concentraram-se em frente ao Governo Civil, enquanto cerca de centena e meia de alunos do ensino secundário manifestaram-se também nas ruas de Coimbra. Ao todo, e segundo Luís Baptista, terão ocorrido protestos em mais de 300 escolas.
"Vá, porta-te bem e grita muito." Manhã cedo e sobre forte bátega de chuva, um pai acaba de deixar o filho junto ao Parque Eduardo VII, em Lisboa, para ele se juntar ao protesto dos alunos do básico e secundário, que juntou ontem cerca de dois mil manifestantes em frente ao Ministério da Educação. O novo estatuto do aluno e o regime de gestão escolar foram os motivos que, segundo a organização, motivaram a luta de cerca de 30 mil estudantes de todo o País.O percurso de pouco mais de meia hora da manifestação de Lisboa, feita a pé entre o Marquês de Pombal e a 5 de Outubro, foi acompanhado por palavras de ordem como "Está na hora de a ministra ir embora" ou "A luta continua, ministra para a rua". Estava lançado o mote das principais reivindicações gritadas a plenos pulmões durante duas horas, em frente ao edifício-sede do Ministério da Educação. "Parece o recreio", atira, a meio da manhã, um transeunte descontente ao olhar para os alunos empoleirados nas grades guardadas por 30 polícias. Ataques que Luís Baptista, porta- -voz do Movimento Directores Não, rebate com um contra-ataque às reformas implementadas pela equipa de Maria de Lurdes Rodrigues. "Existe na escola um grande clima de insatisfação, que se estende às famílias dos alunos, contra o estatuto do aluno, que permite que um estudante tenha de fazer um exame de recuperação depois de dar seis faltas justificadas, mesmo que por motivo de doença." Confrontado com estas afirmações, o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, reagiu de forma taxativa: "O estatuto do aluno não estabelece isso", garantiu o governante aos jornalistas. "Cada regulamento interno das escolas estabelece as condições em que os alunos têm de fazer a prova de recuperação. Mas desde logo só estabelece medidas disciplinares ou correctivas para os alunos que ultrapassem o limite de faltas injustificadas e não para os alunos que excedam o limite de faltas justificadas."Mas a juntar às críticas ao estatuto do aluno, Luís Baptista alertou também para a possível privatização do ensino público, através da abertura da escola à comunidade, e a criação da figura do director, pontos previstos no novo regime de gestão escolar. "No que respeita à gestão escolar nem se percebe muito bem, porque os estudantes vão ter assento na escolha do director da escola, que anteriormente não tinham." Foi desta forma que Valter Lemos respondeu mais uma vez à questão do aluno. O dia nacional de luta dos estudantes foi marcado por manifestações por todo o País. Em Almada, foram cerca de 1200 os alunos de todas as escolas secundárias do concelho que protestaram em frente à Câmara Municipal, segundo a PSP. No Barreiro e em Évora, os manifestantes rondaram os 500 alunos. Em Vila Real, cerca de 250 alunos do ensino secundário concentraram-se em frente ao Governo Civil, enquanto cerca de centena e meia de alunos do ensino secundário manifestaram-se também nas ruas de Coimbra. Ao todo, e segundo Luís Baptista, terão ocorrido protestos em mais de 300 escolas.
1 comentário:
como mãe de alunas do secundário deixo aqui o meu desagrado para com o ministério da educação pois é uma injustiça para com os alunos deste país... já nem se pode estar doente!... vejam bem onde já chegamos!...
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