10/11/2008

O formato ecológico das futuras metrópoles

Numa recente conferência inserida no ciclo ‘A Cidade no Século XXI’, realizada no Pavilhão de Portugal, no Parque das Nações, um especialista em Urbanismo, um britânico de visita a Portugal, revelou a sua previsão de que as futuras ‘ecocidades’, ditas cidades ecológicas, e a criatividade são dois elementos que desenharão o futuro das metrópoles, com a arte e a criatividade de braço dado para “dar vida à cidade”.
Do ciclo de conferências, que prossegue dia 11 e termina dia 26, na primeira de seis conferências pretendia-se um olhar prospectivo sobre o futuro das cidades europeias.
E o britânico acabou por conduzir o olhar dos que assistiam, não pela Europa, mas pelo mundo. Em vez das previsões, apostou nas receitas: “Redesenhar estruturas em resposta ao aquecimento global”, apostar numa rede de transportes públicos de alta qualidade, colocar a imaginação e a criatividade ao serviço da metrópole e tratar questões de coesão social.
Na sua intervenção viajou por aeroportos, mas demorou-se nas estações de comboio, destacando a importância que a rede ferroviária de alta velocidade vai ter na dinâmica das cidades. Encurtar-se-á, assim, a distância entre os diferentes países da Europa. “Em certas cidades, as estações de comboios estão a ser construídas como um agente de regeneração”, uma vez que os centros tendem a desenvolver-se à volta delas.
Antes de falar no futuro, deteve-se no passado e no presente, enfatizando diversos problemas que afectam as cidades e que podem acentuar-se: a elevada taxa de dependência dos não-trabalhadores face aos que trabalham, a imigração, o crime organizado e o envelhecimento da população, são alguns deles.
Não tendo as respostas todas, o urbanista sabe que as ecocidades do futuro têm que ser servidas por uma rede de transportes públicos de alta qualidade. Sabe que pôr de lado o carro e aprender a viver sem ele pode ainda não ser o presente, mas terá de ser o futuro.
O que não sabe é como se podem unir e articular todas estas receitas na prática. Por isso, lançou um desafio aos mais jovens: “Precisamos de uma nova profissão na área do Urbanismo que ainda não foi inventada” 1. E, acrescente-se, que só pode passar por um desenvolvimento integrado e sustentável.

1. Ver
http://jornal.publico.clix.pt/default.asp?url=%2Fmain%2Easp%3Fdt%3D20081108%26page%3D23%26c%3DA

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