24/11/2008

Revisão do PUALZE

O Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente (PUALZE) vai entrar em revisão, apostando numa eventual recuperação dos espaços públicos, numa zona nobre da cidade que se pretende devolver aos lisboetas, com o alargamento dos passeios laterais e a utilização da calçada portuguesa.
Originalmente elaborado pelo arquitecto Manuel Fernandes de Sá, que foi o autor do documento original, datado de 1991, o Plano abrange uma área com cerca de 100 hectares, correspondente às freguesias de Coração de Jesus, S. José e S. Mamede. A área abrangida estende-se desde a Avenida da Liberdade até à zona do príncipe Real, de um lado, e ao longo da colina de S. José, do outro.
Entre 1981 e 2001 a população residente na área do PUALZE diminuiu 67%, embora o ritmo de decréscimo se tenha atenuado significativamente na última década. É para travar esta tendência que um novo Plano prevê investimentos na valorização da habitação existente e a construção de equipamentos de apoio local. A proposta terá um período de 22 dias para discussão pública.
De acordo com a última versão, que vai a debate na reunião da CML da próxima 4ª fª, a reestruturação dos espaços públicos prevê a demolição de armazéns degradados, a reutilização de terrenos abandonados e a recuperação de alguns edifícios. Aliás, a recuperação do edificado e da população que a cidade perdeu é um dos objectivos.
Estão igualmente previstos uma área verde no actual terreno situado na meia encosta a Nascente da Rua de Stº Antão, que tem vários proprietários, o mais importante é o Ateneu Comercial de Lisboa, uma unidade hoteleira qualificada no Palácio de Rio Maior, onde a zona das Portas de Stº Antão poderá vir a ser exclusivamente para peões, prolongando-se para Norte com a requalificação do Pátio do Tronco, com utilização comercial do rés-do-chão dos edifícios ali existentes e que pertencem na sua maioria à autarquia e à EPAL 1.
A estimativa orçamental das acções previstas ronda os 57 milhões de euros, quase metade (40,9%) para criação de estacionamento. A autarquia assume que os espaços de estacionamento, habitação, comércio e serviços, que representam 65% da estimativa global, poderão ser parcial ou integralmente negociados com outras entidades públicas ou privadas.
O Plano prevê o reperfilamento da Avenida da Liberdade, o alargamento dos passeios, limitação do trânsito nas laterais (ficando apenas uma faixa) e recuperação de vários espaços públicos. A faixa central de trânsito rápido não será alterada.
O Largo da Anunciada poderá ficar com uso pedonal e trânsito automóvel condicionado, e reforço da ligação entre as duas encostas, ‘aproximando’ o elevador do Lavra ao da Glória. Para além dos dois parques subterrâneos, o novo PUALZE prevê ainda a construção de outros quatro à superfície, prevendo-se, no total, uma oferta máxima de estacionamento em parques públicos da ordem dos 3500 lugares.
Quanto aos transportes públicos, os estudos desenvolvidos no âmbito do PDM ainda estão a avaliar a hipótese da criação de uma nova linha (a Linha das Colinas) que atravessará a área em estudo, na direcção Este-Oeste, e que cruzará a Avenida da Liberdade nas imediações da Estação da Avenida.
A versão anterior do Plano não tinha sido aprovado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, pelo que esta revisão terá de ter outra preocupação ambiental, com a poluição atmosférica e com os elevados índices de ruído, áreas que até aqui não o permitiam 2.

1. Ver
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=117855
2. Ver http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=117852

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