22/11/2008

Rebaixamento do tabuleiro da ponte

A proposta da CML para alteração do tabuleiro da futura ponte, que ligará Chelas ao Barreiro, “delimita a actividade do Porto de Lisboa”, considerou ontem um especialista em engenharia que defende a travessia via túnel.
Para um Professor do Instituto Superior Técnico (IST), a proposta da CML, que consiste no abaixamento do tabuleiro da futura ponte e a substituição de viadutos rodoviários e ferroviários por túneis “é boa para a cidade, mas má para o Porto de Lisboa”.
“Eu compreendo o ponto de vista da CML, que está a pensar na cidade de Lisboa. Mas não são só os interesses da cidade que estão em causa pois o porto é de extrema importância para a economia do País”, disse o engenheiro civil à margem de um debate sobre o tema na Sociedade de Geografia de Lisboa.
Segundo ele, a opção apresentada pela autarquia de baixar 4,5 metros aos 47 de altura previstos para o tabuleiro da ponte, vai limitar a dimensão dos barcos que circulam entre Santa Apolónia e Poço do Bispo.
“Não conseguimos, com a ponte naquele sítio, compatibilizar todas as questões que são importantes: a manutenção do porto e os interesses da cidade. Esta ponte, neste sitio, não consegue responder a todas estas questões pois há inconvenientes muito grandes ou para a cidade de Lisboa ou para o porto ou para os dois”, sustentou.
O engenheiro civil adiantou que deveria haver uma alternativa a esta travessia, através da construção de um túnel imerso Beato-Montijo-Barreiro. “Esta travessia seria a melhor porque permite poupar 14 quilómetros no acesso ao futuro aeroporto de Alcochete. Neste caso, o prejuízo para o Barreiro seria muito inferior ao benefício que se ganha com o aeroporto, que é a principal entrada no nosso País", disse.
A Terceira Travessia do Tejo, que terá duas vias para a alta velocidade, duas vias para a rede convencional e duas vias com três faixas cada uma para o tráfego rodoviário, representa um investimento de 1,7 mil milhões de euros.
A consulta pública da Terceira Travessia do Tejo termina a 9 de Dezembro e a Comissão de Avaliação de Impacto Ambiental tem de se pronunciar obrigatoriamente até 23 de Fevereiro. O concurso público, previsto para Janeiro de 2009, só poderá ser lançado após a conclusão do processo de avaliação de impacto ambiental.

Ver
http://aeiou.visao.pt/Pages/Lusa.aspx?News=200811229037891

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