12/04/2009

Gasto de papel higiénico pior que emissões de CO2

A associação ambientalista está preocupada. Por causa dos gostos requintados dos norte-americanos em termos de papel higiénico, todos os anos são desbastados milhares de hectares de floresta virgem canadiana. A solução passa pelo papel reciclado, mas este ainda é visto com desconfiança pelos habitantes dos EUA.
Alguma vez pensou que de cada vez que vai à casa de banho pode estar a contribuir para o corte de árvores nalguma parte do planeta? Isto, claro, se usar papel higiénico convencional em vez do reciclado. Foi nisto que a Greenpeace 1 pensou ao lançar o seu guia sobre os produtores de papel. Segundo os ambientalistas, o papel higiénico suave causa mais problemas ao ambiente do que conduzir automóveis ou consumir fast-food.
Em Portugal, também a Quercus lembra que “há uma boa oferta de papel higiénico reciclado”, mas alerta as empresas para distinguirem melhor o papel feito com fibras recuperadas, visto ser “uma mais-valia para as empresas e para o consumidor porque com a maior consciência ambiental as pessoas preferem o papel reciclado”.
Uma empresa portuguesa tem como um dos seus produtos mais vendidos o papel higiénico ‘Green’ que, juntamente com as estações de tratamento próprio de resíduos que a empresa decidiu instalar, lhe deram o selo ecológico europeu - só há nove empresas com este emblema no nosso país.
A alternativa ambiental ao papel higiénico até “tem tido um crescimento interessante nas vendas”, devido “à melhor receptividade dos portugueses aos produtos de gama ambiental”, constituída por vários produtos, como toalhetes, lenços de papel e o tal papel higiénico “100% reciclado”.
Assim, não se gasta combustível desnecessariamente e poupa-se nas emissões de carbono para a atmosfera. Aliás, “não faria sentido importar o papel, por exemplo, dos EUA, trazê-lo para Portugal para ser transformado e depois vendido como ecológico para a China”. O papel é ainda compactado para que um camião consiga levar mais carga, mais uma vez para poupar nas emissões. Também o preço é importante para que “não seja uma barreira para o consumidor. Assim a escolha de um papel amigo do ambiente só depende do cliente”.
Mas nos EUA o assunto está a preocupar sobejamente os ambientalistas. Afinal, no país são gastos por ano 36,5 mil milhões de toneladas de rolos, dos quais 98% são feitos de madeira virgem canadiana. Já na Europa e América Latina, o volume de papel higiénico reciclado atingiu os 40%. É que os norte-americanos têm-se mostrado relutantes em relação ao papel reciclado.
Para a Greenpeace, isto acontece porque na América “existe o mito de que tudo o que é reciclado é de baixa qualidade, como se fosse cartão e impossível de usar”. Essa desculpa pelo ‘conforto’ não pode ser desculpa, tanto mais que o papel ecológico até nem é, à partida, “menos suave que o normal” já que isso depende da sua densidade e não da sua origem 2.

1 comentário:

Anónimo disse...

Bah... E que tal nao usar NENHUM papel?? Na maior parte dos paises asiaticos nao se usar papel mas sim a bem higienica combinacao de agua + sabao. Tanto em casa como em WC publicos. O costume do papel e' um habito ocidental que nao so' e' ambientalmente criminoso como tambem e' muito pouco higienico.