09/04/2009

Prioridade aos passes válidos por 30 dias

A sua flexibilidade permite adaptá-lo às idas ou regressos de férias, podendo o utente poupar várias semanas no seu uso. Mas a ‘ditadura’ do calendário faz também com que os passes a 30 dias sofram de uma desvantagem face aos mensais pois, num ano, ‘perdem-se’ cinco dias de passe.
No Porto ‘reinam’ os passes de transportes colectivos mensais - que têm a sua expressão máxima no ‘Andante’. Em Lisboa a oferta é cada vez mais dominada pela modalidade a 30 dias.
A lei determina que as empresas de transporte público colectivo de passageiros devem emitir e comercializar títulos de transporte sob a forma de passes mensais. Mas a desmaterialização e a chamada ‘bilhética sem contacto’ tem feito com que na região de Lisboa esteja a aumentar a oferta - nalguns casos é mesmo a única opção - de passes válidos por 30 dias a contar da data em que são carregados, em vez de passes que coincidem com o mês em causa.
Se por contar dias em vez de meses este sistema permite a grande vantagem de se adaptar o carregamento ao início da semana de trabalho (se a sorte ditar que os 30 dias terminam quando chega o fim-de-semana de folgas) ou ao regresso das férias, mas nos meses de 31 dias, o utente perde pelo menos um de utilização. Ou seja, ao fim de um ano, já se contam cinco dias perdidos, ou seis se o ano for bissexto.
Esta situação levou a que quando a opção a 30 dias surgiu muitos utentes tenham reclamado. As comissões de utentes da linha de Sintra (CULS) e de transportes dos concelhos de Sintra e Odivelas confirmaram ter registo de queixas, e sustentam que os operadores deveriam disponibilizar as duas modalidades de passes: mensais e a 30 dias. Tal como está, reconhece uma jurista da Deco, a oferta não traduz o espírito da legislação.
O Metropolitano oferece há anos um passe de 30 dias, mas a questão apenas se levantou quando, em 2004, o passe L (que abrange as redes do Metro e da Carris) deixou de ser mensal e ficou disponível apenas para 30 dias. Outros operadores, como a Fertagus, a Soflusa ou a Transtejo, se seguiram - a CP foi dos últimos a aderir, no final de 2008.
Hoje, os passes mensais só existem porque há empresas que ainda não dispõem de bilhética sem contacto. É por isso que os passes L12 e L123 ainda têm ‘vinheta’ de mês, à semelhança do portuense ‘Andante’.
A solução deveria por isso passar pela disponibilização da venda em simultâneo dos dois sistemas de contagem de tempo.

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